Dia Mundial das Leguminosas comemorado com um workshop para mostrar os seus benefícios à saúde

Desmitificar alguns conceitos ligados ao uso de leguminosas na alimentação foi o objetivo do workshop sobre a importância destas sementes, que decorreu ontem, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, ministrado por Cláudia Pires, numa jornada que comemorou o dia Mundial, dia 10 de fevereiro (ontem), alertando e consciencializando para o uso destes alimentos.

A nutricionista esclarece que o uso das leguminosas no dia a dia, traz benefícios para a saúde, que se traduz numa alimentação equilibrada, quando até o consumo destes alimentes tem vindo a aumentar:

“Uma das questões prende-se com o preconceito que o uso das leguminosas vai aumentar a flatulência, e aqui existem algumas técnicas que podemos usar para a sua diminuição destes efeitos colaterais. Mas até tem vindo a aumentar o consumo destes alimentos.

Porque de facto, até a nível ambiental pode trazer algum impacto. No sentido, se compararmos o valor nutricional de proteínas, com o da carne, claro que não será de tão elevado valor biológico, mas que tem uma quantidade significativa e que pode ser substituto da carne e poderá integrar a nossa alimentação, e podermos ter um prato completo, sem apresentarmos carne nem peixe.”

Por isso, um dos passos é mostrar à população e desconstruir alguns mitos associados:

“É falar com as pessoas e desconstruir estes mitos. Daí, estas iniciativas serem importantes para ajudar a mostrar à população estes benefícios, desconstruir algumas ideias que temos e aprendermos alguns conhecimentos novos. Neste caso, com a presença de diversas instituições, temos a presença também dos idosos, que sabemos que é uma população com bastante conhecimento e com várias tradições. Por isso, esta iniciativa é uma partilha de ideias, bastante interessante, também nesse sentido, para ajudar toda a gente.

As leguminosas são bastante ricas nutricionalmente, em proteínas, fibra, em hidratos de carbono complexos, que ajudam na saciedade, e também têm muitas vitaminas e minerais, que também são importantes, para a prevenção de algumas doenças, nomeadamente, as doenças cardiovasculares, a diabetes e a obesidade.

O workshop contou com a presença de vários técnicos e também muitos utentes de diversas instituições do concelho. O Padre Eduardo Novo, em representação de três, salientou a transferência cultural entre os migrantes do Convento de Balsamão, mas também no seu discurso de abertura salientou a “arte de comer bem”, da sensibilidade e da delicadeza de cuidar dos outros, através da alimentação, parafraseando uma frase do escritor Mia Couto, “cozinhar é um modo de amar os outros”:

“Vai ser aqui promovido o diálogo institucional, intergeracional e intercultural. Se de facto, falamos da nossa alimentação, que é essencial para nossa saúde e bem-estar e que fornece os nutrientes que são necessários para o bom funcionamento do nosso organismo e até para a prevenção de doenças. E uma dieta equilibrada naquilo que é fundamental e importante, para manter esta vitalidade e qualidade de vida. E é esta qualidade de vida que se abre com o diálogo com as diferentes culturas. Trouxemos connosco alguns migrantes que estão connosco em Balsamão, nesta casa que acolhimento e formação. E desta forma, não sendo para eles apenas um enriquecimento cultural, mas também para partilharem as suas próprias experiências. O tema são as leguminosas. Em Portugal, predominam o feijão e o grão-de-bico. Mas noutros países temos outras e vamos aprender como são cozinhadas. E a importância desta alimentação para todos nós. E depois, a transmissão daquilo que é a arte de cozinhar, que é muito mais do que a preparação de alimentos. É um ato de amor e de cuidado. Nós nos centros sociais, temos esta sensibilidade, de atender à dieta pessoal e simultaneamente esta variedade que permite este bem-estar e a sua saúde. E ao mesmo tempo, revisitar aquilo que são receitas e são usos na alimentação transmontana, que ao redor da mesa, nos congrega e une.

A iniciativa foi organizada pela Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros, em parceira, com o Centro Social Paroquial Sta. Maria Madalena de Grijó, o Centro Paroquial São Geraldo de Carrapatas e o Convento de Balsamão.

No final foi oferecido, um lanche, pela Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros em que o feijão, o grão-de-bico, as lentilhas, tremoços e as favas, não faltaram em diversos pratos, como a salada de bacalhau e grão-de-bico, salada de feijão-frade e atum, húmus, tarte de grão e coco, e bolo de grão-de-bico, como alguns exemplos.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE