Tabú foi o espetáculo de dança contemporânea que subiu, este sábado, ao palco do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
Esta obra mostra cinco personagens femininas dos anos 20 num ambiente de carnaval rural galego e questiona a aparência como possibilidade de futuro.
A criação deste espetáculo é da autoria de Esther Latorre e de Hugo Pereira, que viveu cerca de 20 anos, em Macedo e que é bailarino profissional. Refere que a inspiração para a sua obra, também bebe de elementos ancestrais como os caretos, a terra e os sons, o que também aconteceu neste espetáculo:
“É um espetáculo muito rico e interessante. Tem uma energia muita intensa super dinâmico. Somos cinco bailarinos em palco. A música também é muito especial. Porque as pessoas de Trás-os-Montes, em especificamente de Macedo de Cavaleiros, vai ver e ouvir a música e ter muitas lembranças, porque falamos sobre a terra, um pouquinho sobre os caretos e sobre os sons da terra. E essas imagens, que foram observadas na obra. A iluminação também é interessante. Tal como as movimentações e coreografias. É uma peça que temos muito carinho.”
O bailarino de 31 anos, com fortes ligações a Trás-os-Montes, contou que o processo de criação da obra começou com investigação, partindo de uma fotografia da autoria de Manuel Riesco, de 1925, que retrata doze mulheres:
“Nós começamos por investigar. Nós demoramos cerca de um ano e meio a dois, nesta fase. Primeiro existe uma ideia. E vamos à procura de documentação. Vamos aos locais e documentamos. Levamos tudo isso para o estúdio e com a equipa enorme que temos, tentamos construir um espetáculo. É um trabalho que pode demorar um ano e meio a dois. Nós trabalhos dessa forma, porque tem de haver sempre uma enorme investigação.”
Tabú é um espetáculo da companhia de dança Coletivo Glovo que vai estrear novas obras ainda este ano:
“Este ano vamos estrear outro espetáculo que neste caso vão ser com três bailarinas, num grande mercado, que existe no norte de Espanha. Que é nos dos mais importantes mercados de artes cénicas de Espanha. Tivemos a sorte de ter essa oportunidade. E já estamos a pensar num projeto que vamos desenvolver no final de 2025, provavelmente, com estreia em 2026. Que possivelmente poderia voltar ao auditório de Macedo, se tudo correr bem.”
Hugo Pereira nasceu no Porto, veio viver para Macedo de Cavaleiros quanto tinha 10 anos, e agora vive e trabalha em Espanha. Foi em Macedo de Cavaleiros que a paixão pela dança começou, com hip-hop, danças urbanas e dança contemporânea.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE
