Esta quinta-feira, ao final da tarde, arrancou a edição 25 do certame, que até domingo promete atrair milhares de visitantes de várias regiões do país e da vizinha Espanha, celebrando o Instituto Fumeiro, considerado produto ex-libris de Mirandela, eleito em 2011 como uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa.
Atualmente, Mirandela possui 12 cozinhas regionais e sete unidades industriais dedicadas à produção de alheiras, sendo cinco delas certificadas com IGP (Indicação Geográfica Protegida).
Segundo a presidente do município, o produto emblemático “gera mais de 30 milhões de euros anuais, criando aproximadamente 700 postos de trabalho, contribuindo de forma significativa para a economia local”. Júlia Rodrigues acredita numa forte adesão ao certame. “Este ano celebramos os 25 anos da Feira de Alheira de Mirandela e mantemos a tradição, que é a qualidade, também alguns momentos de degustação com os chefes mirandelenses, que sabem cozinhar a alheira com novas formas inovadoras na sua preparação e aquilo que pretendemos é proporcionar a todos os que nos visitam o reconhecimento de que a Alheira de Mirandela é o nosso ícone, a nossa matriz, somos de facto a capital da alheira e é isso que nos orgulha”, diz.
Os produtores de alheira esperam muitos visitantes até domingo e, sobretudo, que o São Pedro ajude, dado que o certame acontece ao ar livre, apesar de todos os anos se falar na falta que faz um pavilhão multiusos. “Todos os anos falamos do mesmo, é uma necessidade, a feira necessita mesmo de um multiusos como as outras cidades têm. Estamos aqui debaixo de chuva, mas a expetativa é boa, vamos ver”, diz Cátia Nunes. “A gente espera que seja boa, pelo menos, como ano passado, que se vendeu bastante bem, com muita afluência e que o tempo ajude, principalmente”, diz António Sá. Também Pedro Caldeira, outro produtor espera muita gente. “As expetativas são sempre muito altas, esperamos que haja muita gente e que levem o nosso produto, que é aquilo que precisamos”.
Para além da alheira, há outros produtos endógenos e outros setores de atividade representados. Vão estar presentes cerca de 100 expositores, distribuídos por uma área de 11.500 metros quadrados, que se vai do Parque do Império até ao Mercado Municipal, passando pela zona pedonal da Rua da República.
Apesar de concordar com a necessidade de um pavilhão multiusos, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Mirandela, entidade parceira na organização, considera que este é o melhor modelo para a Feira da Alheira. “É evidente que Mirandela precisa de um pavilhão multiusos e não digo nem só pela feira, mas por muitas iniciativas que são necessárias de fazer e não são possíveis devido ao nosso clima, sem um pavilhão, mas quanto ao formato desta feira, pessoalmente gosto deste modelo, porque as pessoas passeiam pela cidade, conhecem Mirandela no seu todo, e não num pavilhão fechado”, refere Filipe Carvalho.
Para o grão-mestre da Confraria da Alheira de Mirandela, este é um dos eventos que “mais promove o produto ex-Libris de Mirandela”, mas sublinha a necessidade de haver mais momentos de promoção. “É uma marca fortíssima, mas não podemos descurar a promoção e fazer com que seja falada como é em todo o país e fora do país. E todas estas situações de prémios, votados pelos consumidores ou sem serem votados pelos consumidores, são importantes para o nosso produto, porque é um produto de excelência, é o produto que mais certifica em Portugal. Por isso, é não descurar e fazermos um trabalho para que a Alheira de Mirandela esteja sempre no topo dos enchidos nacionais, do produto que mais certifica em Portugal”, afirma Rui Cepeda.
De facto, segundo a “Tradição em Qualidade”, a entidade certificadora da Alheira de Mirandela, IGP, em 2024, foram mais de 5 milhões e 800 mil unidades (alheiras) certificadas.
Para o Presidente do Turismo Porto e Norte, este tipo de certamos ligados aos produtos endógenos “é importante para cativar mais turistas para a região, desde logo para o mercado interno, um mercado que nós aprendemos a valorizar na altura da pandemia, e há que manter este tipo de eventos onde podemos apresentar os nossos produtos endógenos, podemos apresentar aquilo que melhor tem cada um dos sub-destinos, neste caso Trás-os-Montes, assim também como os nossos mercados externos, desde logo de proximidade, aqui do mercado espanhol, e outros mercados que hoje, felizmente, já chegam aqui como seja o mercado americano, brasileiro, francês, alemão”.
No entanto, Luís Pedro Martins aproveitou a oportunidade para lançar o desafio aos empresários, no sentido de investir na área do alojamento. “Precisamos de mais locais de hotelaria”, diz.
Até domingo os visitantes terão a oportunidade de participar em diversas atividades, showcookings, degustações, exposições e animação musical, com a artista romana esta noite, e o espetáculo para sempre marco amanhã, numa homenagem a um dos maiores ícones da música portuguesa, Marco Paulo.
INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Terra Quente)