O objetivo é criar condições, num espaço de colónia, que permite às aves aclimatarem-se ao ambiente para depois serem devolvidos à natureza e nidificarem.
Cinco abutres pretos deram entrada, na semana passada, na estrutura de aclimatação no Douro Internacional. As cinco aves debilitadas foram resgatadas da natureza e integram agora o programa Life Aegypuis Return promovido pela associação Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural.
Segundo o presidente da associação, José Pereira, o objetivo do projeto é reforçar a colónia reprodutora da espécie no Douro Internacional, a mais frágil do país:
“O objetivo é criar condições, num espaço de colónia, onde existem indivíduos da mesma espécie e de outras do mesmo grupo faunístico, que lhes permite, de forma lenta e gradual, aclimatarem-se ao ambiente. Ao fim de quatro a sete meses deste processo, abrimos a jaula e eles, de forma natural e à sua medida, saem, sendo que têm sempre ali o espaço ao que podem recorrer para se alimentar e para se refugiar. E depois de terem a confiança necessária para seguirem a sua vida e começarem todo o seu processo de vida até atingirem a maturidade sexual, quando regressam ao território, recomeçam aí a nidificação e a ter uma nova geração de abutres pretos”, vincou.
Todos os animais que integram o programa são marcados com diferentes identificadores que permitem monitorizar os movimentos dos abutres, desde que saem da jaula até se dispersarem pelo território ibérico:
“Todos estes animais são marcados com diferentes marcações. A mais importante para uma monitorização de proximidade é a marcação com emissor GPS. Depois, além disso, são marcados com anilhas metálicas e também anilhas plásticas de PVC que têm um código alfanumérico com cores, o que permite, à distância, recapturar a leitura destas anilhas e com isso também fazer um seguimento”, explicou.
As cinco aves chegaram ao Douro internacional através do Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal do Felgar, de Torre do Moncorvo, e do Centro de Ecologia e Recuperação de Animais Selvagens gerido pela Quercus em Castelo Branco.
Estava ainda prevista a chegada de uma sexta ave, que viria do Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, situado na zona de Olhão, mas não chegou a entrar na estrutura por precisar de ficar “mais algum tempo em recuperação”.
INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Brigantia)
Fotografia: Palombar -Conservação da Natureza e do Património Rural – HMR