O Município de Alfândega da Fé pretende criar um Plano de Fomento da cultura da cereja. A novidade foi anunciada esta quinta-feira, no âmbito das comemorações do feriado municipal da vila transmontana, como confessou Eduardo Tavares, o presidente do município:
“O município a breve prazo pretende aprovar um Plano de Fomento da Cereja, quando tivermos a certificação, o anúncio desta IGP, a autarquia pretende com os agentes, com a cooperativa local, apresentar um plano de fomento desta cultura para incentivarmos de facto a criação de mais área e novos produtores, no nosso concelho”.
Este Plano de Fomento da Cultura da cereja pretende alargar a área de cultura, que atualmente se situa nos 80 hectares assim como aliciar novos produtores.
Recorde-se que este processo de atribuição de Indicação Geográfica Protegida (IGP) ainda não está terminado, tendo dado início em 2018, em articulação com a Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, com o município e a Associação Qualifica, mas que tem sido um processo moroso. Depois de terminado, o autarca relembra que vai valorizar o produto, assim como a economia da região:
“Já começou há um par de anos, temos tido aqui alguns atrasos, por diversas razões, questões internas da cooperativa, alteração da legislação em vigor, que já sofreu algumas alterações. E quase que temos que recomeçar o processo. Mas penso que agora está numa fase final e que em breve possamos ter novidades. A certificação IGP vai significar que vamos ter uma menção, que vamos ter uma marca registada, a IGP de Alfândega da Fé, que vai obrigarmos a organizar melhor, a nós próprios, o município e a cooperativa, poder incentivar, trabalhar em conjunto, definir estratégias coletivas, para valorizar este produto, e à volta dele a economia do concelho e da região”.
Esta quinta-feira, foi inaugurado o Lagar D’el Rei, um espaço que pretende dinamizar os produtos endógenos como a cereja e o azeite. O edifício é constituído por três naves, com uma área destinada à Cereja&Co, que tem cinco bancas instaladas, e com um espaço central dedicado à gastronomia, que pretende ser uma verdadeira embaixada:
“Hoje é um dia de grande alegria e regozijo para todos os alfandegueses. Conseguimos hoje na nossa municipalidade, abrir novamente este espaço ao público, o lagar dela inauguração, o Lagar D’el Rei, um edifício icónico do centro da nossa vila, um projeto que trabalhávamos já há muitos anos, já há mais de seis anos, para conseguir concretizar, para o colocar à disposição dos nossos empresários, da nossa economia, e como podem ver um espaço multiusos, dinâmico, onde podemos comercializar os nossos produtos, apresentar a nossa gastronomia, um espaço cultural, museológico, uma porta aberta do nosso território, para quem nos visita , para os nossos turistas, e felizmente hoje conseguimos concretizar este sonho, que tínhamos, que trabalhamos, que foi muito difícil, e que agora já vai ficar disponível, todos os fins de semana até à Festa da Cereja, e depois vamos trabalha-lo com os agentes económicos, empresários, para todo o ano, termos aqui atividades económicas, culturais e gastronómicas do nosso territ´rio para quem nos visita”.
Presente da inauguração esteve António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) que destaca este é um bom exemplo da valorização dos espaços para atividade económica:
“Este investimento é um exemplo muito bem conseguido, além de esteticamente bonito, e de uma recuperação de um património histórico e tem essa função de espaço de atividade económica, para venda e exposição dos produtos do concelho. E se há estratégia a adotar na região interior norte é encontrar lógicas e mecanismos de valorização do que produzimos, e a associação ao turismo é um dos mais efetivos de o fazermos-nos. Nesse sentido, parece que é um projeto que vai com certeza desenvolver esse objetivo e permitir que os produtos da região sejam valorizados”.
Já Gil Ginja, um dos seis diretores da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé salienta a importância do espaço:
“Sim, este espaço é muito importante para a apresentação dos nossos produtos”.
Também os produtores consideram a reabertura do espaço uma boa iniciativa:
“Sim, considero que é importante, porque era um espaço que estava abandonado, a ideia foi excelente, aproveita-lo e coloca-lo ao serviço da comunidade. Sou produtor de fumeiro, daqui de Alfândega de Fé, da Zona Industrial. Por isso, esta é uma iniciativa ótima, que vai durar até ao início da festa da cereja, que é em junho, 6, 7 e 8. Esperamos contar com muitos visitantes. Este espaço é uma mais valia, que está muito bem recuperado, muito agradável e que eu recomendo que nos venham visitar”, contou Pedro Bebiano, produtor de fumeiro.
“Acho que é relevante e dá dinamismo à terra. Considero que é uma mais valia, conseguirmos expor os nossos produtos e termos um local para fazer negócio. Nós estamos a representar a empresa Olivia’s Winery, que produz e que vende vinhos, aqui em Alfândega da Fé. Nesta vila faltava este espaço para visualização, venda e acho que é importante”, disse Miguel Reboredo, produtor de vinhos.
Este foi um projeto custou um milhão e meio de euros, quando as obras começaram em 2022.
Do programa do feriado municipal constou o hastear da bandeira, a apresentação do livro “O Lagar d’el Rei em Alfândega da Fé”, da autoria de Paulo Sousa e Costa que conta a história do edifício com mais de 300 anos, que pertenceu aos Távora, e ainda a apresentação da Festa da Cereja que vai decorrer de 6 a 8 de junho.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE











