Benjamim Rodrigues está preocupado com a reestruturação transitória do helicóptero do INEM

A partir de amanhã, dia 1 de julho, vai haver alterações no serviço de emergência aéreo prestado pelo helicóptero do INEM, sediado em Macedo de Cavaleiros. Em causa está uma reestruturação deste serviço, que vai estar disponível durante 12 horas, mas as restantes durante a noite, vão ser asseguradas através dos meios da Força Aérea Portuguesa, mas a base está em Ovar, a mais de uma hora de distância de Macedo de Cavaleiros e da região transmontana, que este aparelho dá assistência.

Esta alteração está a preocupar Benjamim Rodrigues, presidente da câmara de Macedo de Cavaleiros, porque poderá condicionar o socorro à população, como afinca:

“Nós que estamos no território, que cuidamos da vida das pessoas, obviamente em primeira instância, estamos preocupadíssimos porque não terão a assistência de vida, em tempo útil.”

O INEM emitiu um comunicado esta segunda-feira, a informar que “a operação do Serviço de Helicópteros de Emergência Médica será assegurada através de quatro helicópteros e equipas médicas da Força Aérea Portuguesa (FAP), que vão funcionar 24 sobre 24 horas, acionados através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM”. Assim, a FAP vai garantir o período de transição do serviço para o novo operador, a empresa Gulf Med, que ficará responsável pela operação até 2030, como resultado do concurso público internacional. O autarca garante que não deixará de haver assistência, mas esta não será em tempo útil:

“Não vai deixar de haver assistência. Mas com estas alterações, não vai decorrer em tempo útil, porque o helicóptero que vai servir durante as horas noturnas, é militar, que vem de Ovar. Portanto, estamos a falar de uma hora de caminho, o que releva que não será fácil.”

Apesar desta situação ser transitória, garante o INEM, em que os restantes helicópteros entram ao serviço, de forma gradual, até 30 de setembro. No entanto, estamos em pleno verão, onde se prevê que a população em Trás-os-Montes duplique.

“Será uma situação transitória, o que poderá pôr em risco a vida das pessoas pelo facto de a assistência não ser tão célere. Uma questão é termos aqui um helicóptero sediado aqui, em que pouco mais de meia hora chega a qualquer lado. Outra coisa diferente é termos um aparelho que está localizado na base, a mais de uma hora daqui e que depois para chegar cá e levar um paciente a um hospital de destino, pode levar mais meia hora. Ou seja, estes tempos são incompatíveis, numa situação de emergência, em qualquer lado”.

Em causa está o fim do contrato, que termina hoje entre o INEM e a AVINCIS, que durou mais de 20 anos. Recorde-se que na semana passada, foi lançada a notícia de que o INEM ficaria reduzido a dois helicópteros, sem as bases de Viseu e Évora.

Entretanto, esta segunda-feira, o Tribunal de Contas (TdC) concedeu o visto ao contrato do INEM à empresa de Malta, que venceu o concurso internacional, a Gulf Med, em que se prevê o mesmo número helicópteros, ou seja 4 aparelhos H145 D3, com tripulações certificadas.

O concurso público internacional foi adjudicado pelo valor de 77,4 milhões de euros.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE
Jornalista: Maria João Canadas

Imagem: Arquivo

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