Trabalhadores da Faurecia vão fazer greve hoje, em Bragança

Reivindicam melhores salários e melhores condições de trabalho

Hoje os trabalhadores da Faurecia, fábrica sediada em Bragança, vão estar em greve por melhores salários e condições de trabalho, numa paralisação marcada pela SITE-NORTE – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadores, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, afeta à CGTP.

Márcio Pinheiro, dirigente sindical da empresa garante que apresentaram um caderno reivindicativo, no ano passado, que não foi cumprido e que em plenário dos trabalhadores decidiram ir marcar este dia de paralisação de serviços:

“Reivindicamos melhores condições de trabalho, sim. E nós apresentámos um caderno reivindicativo, em janeiro passado, o qual foi discutido com a direção mas estávamos muito longe do que foi reivindicado. Para além disso, o maior problema que houve foram os grandes lucros este ano transato, de 2024. Os
aumentos não foram proporcionais a esses lucros. E também temos a registar que em 2024, os aumentos foram superiores aos de 2025. E devido a isto tudo, não havendo acordo com os trabalhadores e a direção, em plenário, os trabalhadores decidiram ir para a greve”.



Segundo a estrutura sindical, os trabalhadores “não aceitam um aumento salarial de tostões”, argumentando que a empresa tem apresentado todos os anos cada vez mais lucros, ou seja, 14 milhões de euros em 2022, 17 milhões de euros em 2023 e 18 milhões de euros em 2024.

A mesma estrutura garante que a administração desvaloriza totalmente todas as reivindicações dos trabalhadores, desde o aumento salarial, aos subsídios de transporte, limpeza e manutenção de farda, alimentação, bem como diuturnidades e gozo de férias.

Por isso, o dirigente sindical espera que uma adesão alta dos trabalhadores à greve:

“Já fizemos mais greves. Nunca foi total, mas conta sempre com adesões grandes”.

O também trabalhador garante que não há atrasos de pagamentos, mas que os salários são muito baixos, como adianta:

“Mas os salários são baixos para aquilo que nós produzimos e riqueza que nós geramos. Os salários são muito baixos. Estamos um bocado acima do salário mínimo mas não muito. O grande problema é que nós geramos muita riqueza e levamos pouco dinheiro para casa, e os trabalhadores estão conscientes disso e por isso, querem ir para a luta”.

A empresa tem neste momento cerca de 450 trabalhadores, pertence ao grupo francês Forvia, um dos maiores na produção de componentes automóvel, que tem mais seis fábricas em Portugal. Hoje haverá uma concentração às 11 da manhã, à frente da fábrica.