A ministra da agricultura tem a expectativa de que com o aumento das oportunidades de regadio seja aumentada a produção agrícola na região. Assunção Cristas esteve na tarde de terça-feira em Alfândega da Fé para inaugurar a nova rede de rega do aproveitamento hidroagrícola da Estevaínha, onde salientou a importância do empreendimento para a reconversão de culturas de sequeiro em regadio.
“O regadio é extraordinariamente importante para o nosso país e aqui em Trás-os-Montes. Em Alfândega da Fé nós vemos, com a conclusão desta obra, a possibilidade de reconverter culturas e isso é muito importante para que agora os agricultores possam fazer a sua escolha, reconvertendo áreas que estão antigas ou abandonadas para novas culturas. E com a água têm a possibilidade de ter uma oferta, um leque de escolhas muito maior. Isso também, naturalmente, vai ser mais atrativo para os jovens agricultores que se procuram instalar.”
A intervenção de modernização na barragem de 47 anos representou um investimento de cerca de um milhão e 200 mil euros e permitiu o aumento da área do perímetro de rega de 196 para 270 ha.
Joaquim Ribeiro da associação de regantes e beneficiários de Alfândega da Fé explica a importância desta requalificação.
“Permite um outro tipo de agricultura e estende-nos horizontes e opções económicas à disposição. E nessa medida, foi uma obra muito importante. Estes regadios já têm cerca de 47 anos, quase 50. Ao longo da sua longa vida já sofreu várias peripécias e nos últimos anos encontrava-se em adiantado estado de degradação. Esta reabilitação acabou por, no fundo, ser quase uma obra nova porque a tubagem foi toda posta de raiz.”
A ministra sugeriu que o exemplo seja seguido e se aumente a aposta no regadio, destacando a relevância de se aproveitar os apoios comunitários para esta área. As medidas que devem abrir em breve podem em alguns casos ter uma comparticipação de 100 por cento.
“Lembro que este é um tempo importante para se aproveitar estas verbas porque, na reforma e negociação da política agrícola comum, o regadio estava para ficar de fora. Portanto, tudo o que pudermos fazer nestes 7 anos são ganhos para o nosso país. Deixei já uma palavra de incentivo à cooperativa, à associação de regantes, às camaras municipais para que, junto com a administração central, se empenhem para podermos ter bons projetos a serem candidatados e já há alguns. É possível fazermos bons regadios e requalificar os já existentes com taxas com participação na ordem dos 100%.”
A obra de renovação durou cerca de um ano e está agora pronta para a primeira campanha de rega.
Informação CIR (Rádio Brigantia)