Por: Miguel Midões
A gestão e o ordenamento da caça poderá passar para as mãos dos municípios.
A ideia foi deixada por Daniel Campelo, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, na inauguração da Feira da Caça e do Turismo, que decorreu este fim-de-semana em Macedo de Cavaleiros. Entende o membro do governo que existem mais condições nas autarquias para assumir este papel do que propriamente no Estado.
Os municípios são um parceiro fundamental no futuro da caça e das florestas.
Opinião manifestada por Daniel Campelo, em Macedo de Cavaleiros.
Os municípios, se assim o quiserem, poderão vir a assumir o ordenamento da caça e, garante o secretário de Estado, já há reuniões nesse sentido.
“Neste momento está a ser feito um grupo de trabalho, constituído pelo Governo e Comunidades Intermunicipais, para definir um conjunto de competências que os municípios poderão abarcar, para gerir de forma integrada, onde a caça e a gestão das florestas são matérias que queremos concertar com os municípios, se essa for a vontade dos mesmos.”
O membro do Governo lembra, por exemplo, que os municípios portugueses têm condições técnicas para apoiar o sector florestal e cinegético.
“Hoje a maior parte dos municípios têm gabinetes técnicos florestais e não faz sentido que hajam associações do mesmo setor de costas voltadas. Elas terão de se articular”.
Daniel Campelo adiantou ainda que o ordenamento da caça deve envolver também as associações e federações de caçadores, e ainda população em geral, para que o sucesso do ordenamento seja maior.
“O sucesso desse ordenamento é tanto maior quanto maiorm for o envolvimento dos agentes que estão no terreno, a começar pelos caçadores e a acabar nos proprietários. Acredito que o sucesso será maior se houver um envolvimento dos agentes que trabalham a terra, com os caçadores. É uma matéria indispensável no ordenamento da caça e da floresta”.
Nos discursos inaugurais não faltaram pedidos ao secretário de Estado vindos da Federação de Caçadores da 1ª Região Cinegética.
Por exemplo, Castanheira Pinto, presidente da Federação, lançou farpas ao governo e reivindicou um maior financiamento para as Federações de Caçadores. Daniel Campelo não fez promessas, pedindo a união de esforços em torno de todas as associações do sector da caça.
Castanheira Pinto pediu também um maior controlo da caça furtiva.