A Escola de Hotelaria e Turismo de Mirandela pode fechar. O seu encerramento está a ser equacionado ao abrigo da reorganização das Escolas de Hotelaria e Turismo de Portugal.
Esta possibilidade preocupa o presidente da Câmara de Mirandela. António Branco estranha que não estejam a ser acetes novas matrículas, nem a ser feita qualquer campanha de angariação de novos alunos para o próximo ano letivo. Facto que vem reforçar a hipótese da escola estar a preparar-se para fechar as portas
“Há alguns meses atrás tivemos oportunidade de contactar a secretaria de estado e o próprio instituto de turismo no sentido de saber qual era o percurso da escola e quais eram as opções para esta escola. No seguimento dessas reuniões foi-nos transmitido que neste momento poderia não existir essa opção mas que havia uma restruturação. No passado eram feitas campanhas no meio da rua durante as festas, campanhas para captar alunos para as escolas, neste momento, tudo isso está parado. Quando vamos captar os alunos? Setembro, Outubro, quando já estão inscritos em outras escolas? Isso já devia ter começado. Temos tido conhecimento que os alunos que se dirigem á escola não lhes são aceites as inscrições. Estamos a tentar avaliar essa situação porque se não estão a ser aceites as inscrições é porque alguma alteração vai existir.”
Segundo o gabinete de comunicação do Turismo de Portugal, está de facto a ser feita uma reorganização das Escolas de Hotelaria e Turismo, fruto do corte de 30 por cento das verbas do estado. Para fechar serão escolhidas as escolas que não reúnam as melhores condições e, segundo o que nos foi garantido por este gabinete, a de Mirandela está nesse grupo. No entanto, o Turismo de Portugal pretende elaborar protocolos com as autarquias que venham a ser afetadas com o fecho das escolas de hotelaria e turismo, para a continuidade da formação.
Mas, o autarca de Mirandela deixa bem claro que só aceita um acordo se a escola de Mirandela se mantiver na rede nacional de escolas de hotelaria e turismo de Portugal.
“Eu só considero possível manter esta escola no âmbito da Rede Nacional de Escolas de Hotelaria e Turismo. Foi por isso que nós nos afixamos em Mirandela. Existe uma Rede Nacional de Escolas de Hotelaria e Turismo que tem um conceito pedagógico, um conceito formativo que é fundamental para a escola. Mais uma escola profissional apenas gerida pela Câmara Municipal, peço desculpa, mas isso no fundo é enganar quem anda neste meio. Nós queremos uma escola da Rede Nacional de Escolas de Hotelaria e Turismo, não queremos uma escola gerida pela Câmara Municipal que tem um protocolo para o turismo ainda vir receber algum dinheiro a Mirandela. Não é isso que nós pretendemos.”
O autarca lembra que a Câmara de Mirandela pagou para que esta escola ficasse em Mirandela.
“Começa desde logo pela opção que existiu na altura de dispersar a Rede de Escolas para as zonas mais limite e para qualificar o tecido local. Na altura esta foi uma guerra que a Câmara Municipal de Mirandela lutou e pagou. Pagamos para que esta escola fica-se em Mirandela, arranjamos as instalações junto do Ministério da Educação para que a escola ficasse em Mirandela e pagamos a reformulação de todas as obras, gastando mais de 300 mil euros. Temos sempre apoiado ao longo dos anos com diversos equipamentos e apoios. A escola é um elemento fundamental neste momento em Mirandela, temos três escolas profissionais: a agrícola, a de música e esta de hotelaria. São fundamentais para o nosso tecido. Qualquer iniciativa para retirar é no mínimo, regressar ao passado e isso não é admissível.”
A Reorganização de escolas de hotelaria e turismo proposta pelo Turismo de Portugal carece agora de aprovação por parte do Governo. Só depois será possível ter uma certeza sobre o futuro da Escola de Hotelaria e Turismo de Mirandela.
Escrito por Terra Quente (CIR)