A anterior direção do Sport Clube Mirandela não falou verdade aos sócios quanto aos números do passivo do clube.
A afirmação é do vice-presidente da atual direção do Mirandela depois de verificar que as dívidas do Mirandela ascendem a cerca de 60 mil euros, quando no relatório de contas, apresentado pelo ex-presidente, Virgílio Gomes, o passivo era de apenas 25 mil euros.
Mediante isto, os novos órgãos sociais do clube querem inverter esta tendência e partir do zero com a promessa que o clube vai ter de viver na realidade.
Têm sido três meses literalmente a tapar buracos. Desde que tomou posse, a nova direção do Mirandela, presidida por João Maria Santos, não param de aparecer surpresas com credores a baterem a porta. Dos cerca de 25 mil euros de dívidas apresentadas no relatório de contas pela anterior direção, já vai em mais de 60 mil e ainda sem contar com o que poderá resultar de uma recente auditoria efetuada pelos inspetores da segurança social. O vice-presidente, António Lemos, entende que houve má fé da anterior direção até porque, acrescenta, algumas dívidas poderiam ter sido evitadas ou negociadas
“Tenho dois patrocínios que arranjei e que já estão penhorados pelo tribunal de trabalho. Há coisas que os sócios devem saber porque nós estamos a ter algumas dificuldades. As dificuldades da época já sabíamos que as tínhamos. Estão a aparecer novas situações que embora não sejam muitas, podiam ou deveriam ter sido resolvidas, pelo menos negociadas ou transmitidas de forma como elas pararam na negociação. Se não foram resolvidas porque não havia dinheiro muito bem, mas algumas delas não foram resolvidas porque não houve o interesse que devia ter havido. A prova é que algumas já se resolveram com diálogo.”
O vice-presidente do Mirandela dá como exemplo de dívidas inesperadas, todas as taxas de jogo relativas ao ano transato, cujo valor é de cerca de 13 mil euros
“Há uma situação que para mim foi uma surpresa. Tem a ver com as taxas de juro, estamos a falar de quase 13 mil do estádio S. Sebastião, desde o princípio até ao fim da época não está uma paga. Para mim foi uma surpresa. Isto pesa-nos bastante, é mais do que um mês de subsídio. Tem que ser paga em simultâneo com as taxas de juro deste ano, que as deste ano não param, também tem que ser pagas.”
Mediante este cenário, António Lemos entende que é preciso inverter esta falta de rigor na gestão do clube e classifica este novo ciclo como o ano zero do Mirandela, alegando que o clube tem de viver na realidade
“Vai ser o primeiro ano em que o Mirandela vai ter que viver sem aquilo que estava habituado que era um subsidio camarário, mais o menos, compatível com as despesas mensais do clube, por isso é que é o ano zero. O Mirandela vai ter que viver na realidade para não chegar ao ponto que chegou o Macedo de Cavaleiros, o Estrela de Vendas Novas, o Campomaiorense, chegaram uma serie de equipas pelo país. O Mirandela tem que evitar isto. Ano zero também porque esta direção vai ter que trabalhar para colmatar essa diferença que não vai aparecer todos os meses.”
Para tal, o vice-presidente do SCM entende que será fundamental o papel dos sócios. Também aqui a realidade tem sido distorcida, porque dos 1100 sócios, menos de trinta por cento é que pagam quotas
“Este ano vai ser importantíssimo para que os sócios do Mirandela ajudem o clube. Por cada sócio que paga as cotas, se até aqui já era importante, este ano vai ser fundamental. O Mirandela tem 1100 sócios, isso é um número enganador, porque dos 1100 estão a pagar 304. Não tenho dúvidas que os sócios do Mirandela são da melhor massa associativa, a questão é que os sócios por culpa do clube também, alguns deles não estão a pagar as cotas. O clube não chega àquele sócio que não vai regularmente ao futebol, desliga-se um bocadinho e acaba por se afastar do clube. Vamos por a trabalhar uma funcionária a tempo inteiro.”
Um clube responsável e com rigor orçamental falando verdade aos sócios é o que pretende a nova direção do Mirandela nos próximos três anos
Oficialmente a época já começou com uma vitória, no passado domingo, fora frente ao Merelinense, por 3-2, na primeira ronda da taça de Portugal. No próximo domingo começa o campeonato com os alvinegros a receberem no seu estádio a formação do Tirsense com uma redução nos bilhetes de ingresso. Os preços variam entre os 4 e os 8 euros.
Escrito por Terra Quente (CIR)
Osr. To Lemos quando falar do Macedo, deve-se informar 1º, pois o Macedo não compete na 2ª divisão por dividas, nas sim porque não arranjou verbas para competir. O Macedo não deve nada a nin´guém ao contrario do Mirandela, primeiro dizia que só devia 25.000€, nesta entrevista 60.000€ e agora ~já vai em 100.000€ (e a procissão ainda não saiu do adro). Lembro-lhe também que é o unico clube credor da A.F.Bragança, pois honrou todos os compromissos (Pagamento das taxas dos jogos – e não taxas de juros – e inscrições). Portanto sr. Tó Lemos só tem que pedir desculpas as gentes de Macedo, pois honram-se de ter um clube sério.
Um bom campeonato para o Mirandela é o desejo deste Macedense.