Obras da Auto-estrada Transmontana indignam populares

 

A população de Quintela de Lampaças, no concelho de Bragança, está revoltada com as obras de construção da Auto-estrada Transmontana.

Diz que o traçado vai deixar os agricultores sem acesso aos terrenos.

As passagens que existiam foram destruídas.  A concessionária construiu umas novas mas mais distantes o que vai obrigar a população a percorrer maiores distâncias.

“Tem que se fazer dois quilómetros para lá e outros dois para voltar. Nós queríamos que resolvessem o problema da melhor maneira”, refere Maria Adriana Martins.

“Da maneira que está não serve a ninguém, a não ser a cabras”, afirma José Manuel Santos. Já Ana de Lourdes Veiga, que também tem oliveiras do outro lado da auto-estrada diz que “não tenho por onde passar e tenho que ir a pé a dar aquela volta toda. É muito longe”.O mais prejudicado é mesmo Aníbal Ferreira que tem um rebanho de 250 cabeças com o estábulo do outro lado da via rápida.Sem passagens vai ser obrigado a passar com o gado no meio da aldeia.“Eu evito passar no meio da aldeia, mas da maneira que nos deixam isto vou ter de o fazer, não tenho outra hipótese porque não vou andar dois quilómetros com as ovelhas de um lado para o outro”, afirma.A população reclama a construção de uma passagem superior que estava prevista no projecto.José Exposto, que já enviou uma comunicação à Estradas de Portugal, diz que o assunto ficou esquecido pelos responsáveis da obra.“O que se vê é que isto não foi analisado. Puseram isto no papel e depois ficou esquecido e abandonado”, afirma, salientando que “fizeram algumas modificações como foi o caso do traçado para norte do cemitério, o viaduto era para ser superior e afinal fizeram inferior. O restante processo foi tudo abandonado”. Esta já não é a primeira vez que há queixas.Em Junho oito presidentes de junta do concelho de Bragança também protestaram por causa dos caminhos rurais e acessos a terrenos agrícolas.Segundo o autarca de Quintela de Lampaças a passagem superior prevista já não deverá ser construída. “A Estradas de Portugal e a concessionária estiveram aqui foram feitos alguns acordos mas nada foi cumprido, não sei se deixam até à última” afirma Vítor Costa que garante que “este assunto foi debatido nessa ocasião e disseram que agora era impossível fazer a ponte porque já era tarde e custava muito dinheiro”.

Contactado pela CIR, o director da delegação de Bragança da Estradas de Portugal não soube esclarecer o assunto por desconhecer o caso em concreto.

Nuno Gama garantiu, no entanto, que alguns dos problemas detectados em Junho já foram resolvidos e outros estão ainda em processo de resolução porque implica fazer alterações ao projecto e noutros casos até expropriações.

Tentámos também obter uma reacção por parte da concessionária Auto-estradas XXI mas não foi possível chegar à fala com Rodrigues de Castro.

 

Escrito por Brigantia (CIR)