Estará Portugal a viver o fenómeno da emigração dos jovens qualificados? “Nascidos para emigrar” é um testemunho na primeira pessoa

 

Será a emigração o futuro dos jovens portugueses?

Esta é certamente a questão que inquieta muitos recém-licenciados que não encontram uma vaga para trabalhar na sua área.

É neste contexto de incerteza que surge a obra “Nascidos para emigrar” do macedense, Carlos Vaz.

O livro ganhou forma depois do autor se ver obrigado a abandonar o país que o viu nascer em busca de uma oportunidade laboral além-fronteiras.

Isto porque segundo Carlos Vaz, Portugal deixou de dar resposta à procura dos milhares de jovens que tentam a sua sorte no mercado de trabalho.

 

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“O livro surge no âmbito desta nova juventude que vai ter de emigrar, pelo menos grande parte vai ter de o fazer, aconteceu o mesmo comigo. Eu como já escrevia, surgiu a oportunidade de realizar este projeto,  juntei os poemas e mandei para a editora, eles gostaram e avancei”, explica, Carlos Vaz.

“A obra é autobiográfica, falo na primeira pessoas onde relato experiências que me aconteceram”, refere.

A apresentação oficial da obra teve lugar, este sábado, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros e marcaram presença mais de uma centena de pessoas.

A obra é redigida na primeira pessoa e divide-se em três tempos e o autor recorre a influências de Fernando Pessoa com poemas alusivos à “Mensagem” ou aos Lusíadas de Luís de Camões.

A Madrugada, quando surge a decisão de emigrar, o Iniciar é quando se encontra já no país que o acolheu durante sete meses, a Suíça, e a terceira parte é a Ascensão, ou seja o momento do regresso a casa.

 

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“Eu já escrevo há muito tempo, agora os primeiros poemas para este livro surgiram há sete, oito meses. Comecei a escrever, achei que ficava bem num livro e começou  a ganhar forma”, sublinha o autor.

Carlos Vaz fala ainda da essência do livro, “a obra é dividida em três partes, a primeira é quando ainda estou aqui em Portugal e como não há perspetivas de futuro sou quase forçado a emigrar, a segunda é quando estou emigrado, na Suíça, e a terceira é quando volto para qui e tenho o feedback de toda a experiência”.

Este testemunho vai ao encontro de muitos jovens portugueses qualificados que não vislumbram por cá uma oportunidade para contribuir com o seu saber.

 

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“Grande parte da juventude tira os seus cursos e depois não tem oportunidades profissionais na sua área. Com a crise que está instalada, não há postos de trabalho e os jovens tem que ir procurar fazer a sua vida lá fora”, frisa, Carlos Vaz.

“Nascidos para emigrar”. Um livro constituído por 45 poemas que vão de encontro às vivências pessoais do jovem macedense e aos sentimentos que o invadiram no percurso que fez antes, durante e após a decisão e deixar o país natal e rumar ao estrangeiro.

 

Escrito por Onda Livre