Combater e prevenir o tráfico de seres humanos através de ações de sensibilização para a existência deste flagelo.
Foi com este objetivo que a Rede Social de Macedo de Cavaleiros e a Associação de Planeamento Familiar do Porto (APF) organizaram no Centro Cultural o Workshop “Tráfico de Seres Humanos.”
Um problema social que assola países da Europa de Leste e África e que já chegou a Portugal.
A psicóloga, Rita Moreira fala nos diferentes tipos de tráfico.
“Começamos a perceber que as nacionalidades de quem chega também chegaram. Nós temos a Europa de Leste aqui com muita visibilidade, o nosso tempo de acolhimento que assiste mulheres que são sinalizadas pela polícia tem nacionalidades de vários países da África e principalmente da Europa de Leste, mais do que as brasileiras e portuguesas, no caso do tráfico interno. Nós achávamos que só havia exploração sexual, passou a incluir (e também falamos dos homens) a exploração laboral, a exploração domestica e a exploração para pequenos furtos. O tráfico como nós o víamos há uns anos não são os números que existem agora, as nacionalidades são outras e o tráfico laboral começa a ter uma grande visibilidade.”
No terreno, a Associação de Planeamento Familiar procura sinalizar potenciais vítimas e informá-las para conseguirem uma melhor assistência e autonomia.
“Nós tentamos, na APS, prometer que vamos informar e sinalizar a nível local e regional, assim como colegas em outras regiões tentaram fazer o mesmo porque se não ficamos ali nos workshops nas grandes cidades, com os colegas e parceiros nas grandes cidades, com a polícia de grande proximidade (GNR, PSP) na grande cidade e o tráfico não está (como se poderia pensar) apenas e só na grande cidade muito pelo contrário. Esta coisa do trânsito, que o tráfico implica movimento das fronteiras e etc., muitas vezes é no monte ao lado de uma cidade que há uma casa onde x vítimas estão enclausuradas, a ser maltratadas e nós não damos por isso.”
Rita Moreira enumera ainda os sinais de alerta que identificam as pessoas que são vítimas de tráfico.
“Os sinais: se há uma senhora estrangeira que parece que está a ser controlada, que não tem liberdade para pedir um preservativo se há na rua este tipo de ajudas, se não vai sozinha a lado nenhum, se vai com alguém que a controla, se acham que tem marcas de maus tratos, se as pessoas que são clientes da prostituição notam que está ali uma pessoa a tentar pedir ajuda. As pessoas por mais presas que estejam utilizam táxi, tem que ir ao sistema de saúde e é nesses sítios que nós podemos intervir. A nacionalidade, a linguagem, os maus tratos, o medo. Esses sinais são fundamentais.”
A problemática do Tráfico de Seres Humanos em debate no centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
Escrito por Onda Livre