“O meu amor existe” Abordar a sexualidade a partir das questões do amor

 

Amar faz bem e torna as pessoas mais inteligentes.

“O meu amor existe” foi o título da palestra que teve lugar no Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros.

A Escola Superior de Saúde e de Educação organizaram esta palestra com o objetivo de abordar a sexualidade a partir das questões do amor, do desejo e do afeto.

José Sargento, psicólogo e orador do colóquio, afirma que amar faz bem à saúde e torna as pessoas mais inteligentes.

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“Acho que é muito importante que possamos dizer às pessoas que namorar, que a paixão faz bem. Seja a paixão por uma atividade desportiva, seja por uma área científica, seja por um homem ou por uma mulher. Todos nós quando estamos apaixonados temos mais brilho nos olhos, temos mais entusiasmo, temos mais audácia, temos mais curiosidade, temos mais probabilidades de sermos inteligentes.”

Para o psicólogo não faz sentido falar em sexualidade e não falar em amor.

José Sargento acrescenta ainda que durante as aulas de sexualidade se deveria abordar o lado sentimental.

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“Falar de amor nunca é demais. Não vejo mal nenhum que se fale nas aulas de educação sexual e fora delas, que os pais possam falar com as crianças sobre o amor. Estou a falar do amor no sentido lato, enquanto sentimento não vejo mal nenhum que isso possa acontecer. O que me parece que não faz muito sentido é falar das relações sexuais sem falar de amor e sem qualquer conotação moral, no fundo estou a dizer que para quem está a descobrir o amor e a sexualidade faz todo o sentido falar no conjunto. Não serão todos mas uma boa parte dos jovens estão mais preocupados em como é que podem gostar de alguém sem se sentirem ameaçados por isso, parece-me que faz mais sentido falar disso. Que se fale do que é gostar de alguém, se é ou não natural ter medo da rejeição, ter medo de se ser abandonado. Se é ou não natural o coração bater mais rápido, parecer que não dizemos nada de jeito quando o que mais queríamos era ter a coisa mais inteligente do mundo para impressionarmos aquela rapariga ou aquele rapaz e parece que não sai nada. Isso são tudo aspetos que era importante abordar quando se fala de sexualidade.”

Segundo um estudo realizado em 2010, cerca de 80 por cento dos mais de 3000 jovens inquiridos referem ainda não ter começado a sua vida sexual.

José Sargento admite que os jovens de 12/13 anos que iniciam a sua vida sexual são casos preocupantes e devem ser tomados em consideração.

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“Eu referi aquele estudo coordenado pela professora Margarida Gaspar de Matos em que dizia que 80% dos adolescentes ainda não tinham começado a atividade sexual, esse estudo parece-me um indicador fiável. De qualquer forma sejam muitos ou poucos, quando as crianças ou adolescentes muito pequenos iniciam a vida sexual muito cedo é naturalmente um motivo de preocupação. Tudo isto poderá ser por toda a inflamação que há em torno do tema da sexualidade mas eu não queria subvalorizar o número de crianças e jovens que começam mais cedo. De facto cerca de 80% parecem não começar mas mesmo que sejam 20%, já é uma porção muito significativa e que deve ser tomada em consideração como um sinal de grande preocupação. Como em todos os outros fatores de risco, um rapaz ou uma rapariga de 13 anos não tem estrutura mental para processar experiências desse tipo por isso deve pará-lo, com autoridade. Como se um filho fizer qualquer comportamento que seja danoso para ele os pais vão pará-lo, parece-me que aqui não será muito diferente.”

“O meu amor existe” foi uma palestra organizada pela Escola Superior de Saúde e de Educação do Jean Piaget Nordeste com o objetivo de abordar a sexualidade a partir das questões do amor, do desejo e do afeto.

 

Escrito por Onda Livre

One thought on ““O meu amor existe” Abordar a sexualidade a partir das questões do amor

  1. Concordo inteiramente! Penso que este tema esta cada vez mais atual e deve ser debatido!
    Muitos Parabéns!

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