A mobilidade dos professores é algo inevitável tendo em conta o despovoamento do interior do país.
A declaração é do Ministro da Educação.
Nuno Crato diz que os professores com horário zero vão passar a estar incluídos no regime de mobilidade especial, já no próximo ano letivo.
O ministro salienta que a deslocação de professores do interior para o litoral é um fenómeno inevitável.
“Estamos a viver uma situação em todo o País de certificação progressiva do interior de deslocação para o litoral. Isso é um fenómeno que têm décadas tal como o fenómeno de redução da natalidade.
“Nós hoje temos menos alunos do que tínhamos à 10 e 20 anos. Tudo isto obriga a deslocar os esforços das escolas para os sítios onde existem os alunos. Esta mobilidade dos professores pode ser negativa, em muitos casos é para os próprios, mas é algo inevitável dadas as mudanças demográficas que se estão a verificar”, frisa o ministro da educação.
O Ministro da Educação sustenta que a mobilidade é a única saída para garantir que professores qualificados exerçam o ensino e continuem a lecionar.
“Queremos que todos os professores tenham a oportunidade de trabalhar e de contribuírem para aquilo que foram treinados, que gostam de fazer, que é a sua profissão, a sua responsabilidade social que é ensinar. Existem muitos horários zero, ainda este ano, conseguimos reduzir muitíssimo, hoje em dia há cerca de 600 por isso à partida o número de professores com horário zero era muito maior”, realça.
“Para que não haja um único horário zero como nós gostaríamos e os professores também gostariam, é necessária esta mobilidade de professores de umas regiões para outras porque é a maneira de os professores serem úteis Há muitos docentes altamente qualificados e experientes que pretendem continuar a contribuir para o País e para que isso aconteça nós temos que criar uma fluidez maior no sistema”, enfatiza, Nuno Crato.
Refira-se que cerca de 220 escolas fecharam portas no distrito de Bragança.
Um facto que a juntar com a criação de mega agrupamentos têm para Nuno Crato, duas faces.
“Há muitas escolas que fecharam, umas por boas razões e outras por más. Há escolas que fecharam porque a população diminuiu muito, há escolas que fecharam porque deram origem a centros escolares melhores, mais amplos, onde há mais jovens, contactam uns com os outros e isso é bom. A construção dos centros escolares junto aos jovens de várias antigas escolas, onde eles se encontravam com apenas 10 ou 20 alunos e agora passam a ter 100 ou 200 é algo muito positivo porque diversifica a experiência dos jovens. Proporciona-lhes melhores recursos, podem contactar com jovens de outras localidades e isso é bom. O fenómeno que está por trás disto, a diminuição de natalidade, desertificação de algumas regiões do interior, é um fenómeno negativo e preocupante”, sublinha.
Declarações do Ministro da Educação e ciência que esteve de passagem por Macedo de Cavaleiros, que surge em resposta ao Sindicato de Professores do Norte, que denunciou que há docentes com horários zero no distrito de Bragança que correm o risco de ficar sem trabalho e outros podem ser deslocados para o litoral.
Escrito por Onda Livre