“Os moinhos de vento estão a ir por água abaixo.”
As palavras são do autor da nova exposição de pintura patente no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
De nome “Moinhos de Vento”, as telas pretendem exibir a riqueza que os moinhos representaram e que hoje estão, grande parte, em ruínas.
A mensagem que o pintor, António Santos quer passar com esta exposição é alertar para o desaparecimento do património cultural na região de Trás-os-Montes e frisa que seria importante a sua recuperação.
“Um amigo meu, francês, um dia disse-me: ó António você tem que fazer um trabalho sobre os moinhos que estão a ir por água abaixo.
Houve gente corajosa que recuperou um aqui outro além mas é verdade que estão a sofrer imensamente, e muitos já destruídos. Um dia eu disse não me peça muito porque não é o meu mundo, eu sou de Trás-os-Montes, também há alguns mas não tantos como no litoral, terei que ir lá passear um pouco e se aquilo verdadeiramente me tocar e for sensível ao meu sentimento farei as telas.
“Assim foi, e fiquei extremamente sensível e reparei que é um património delicado porque não é poluente, deu de comer a muita gente é vento é gratuito fazia bom pão boa farinha e hoje viramos-mos para outras tecnologias.
A exposição chega a Macedo de Cavaleiros a convite da Associação Potrica e foi ontem à noite inaugurada.
António Santos pede para todos contribuíram para a preservação dos moinhos de vento que ainda resistem aos tempos.
O pintor sugere que se criem rotas e motivos de visita aos moinhos.
“Não digo todos, porque os moinhos todos não se podem recuperar mas aqueles que ainda estão mais o menos em bom estado podiam fazer um roteiro turístico, por em cada moinho produtos da nossa região e não só, mostrar aos mais pequenos.
Estão a desaparecer, e é uma estrutura fantástica estar no interior de um moinho é um sonho, é tudo em madeira, é ecológico.
Uma exposição que, além das terras lusas, já visitou países como França, e esteve durante dois anos no Congresso Cultural da Bacia Mediterrânica, em Vila Viçosa.
Vai estar no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros até 1 de novembro.
Escrito por Onda Livre