Foi lançada uma petição pela permanência do helicóptero do INEM em Macedo de Cavaleiros, com o propósito de chegar à Assembleia da Republica.
A revelação foi feita durante a terceira manifestação pela permanência do meio aéreo no Nordeste Transmontano, que se realizou este sábado à noite e que juntou algumas centenas de pessoas.
Com velas acesas e em noite dos “Fiéis Defuntos”, os nordestinos caminharam até ao Heliporto Municipal, onde exigiram respeito pelas vidas humanas.
Alguns veem no helicóptero do INEM a única esperança em caso de vida ou morte e enfatizam a importância da rapidez do meio aéreo numa região onde grande parte da população está, a pelo menos a uma hora de automóvel dos principais hospitais.
“É importante para todas as pessoas que vivem nesta localidade e nas outras porque as distâncias são muito grandes.
Freixo e Miranda do Douro ficam muito longe dos hospitais centrais.
“Se nos tirarem o helicóptero é melhor fazerem uma vala a matarem-nos a todos”, diz um popular.
Na petição pode ler-se que, “o helicóptero do INEM é uma infraestrutura demasiado importante para sair desta região. Porque demasiados centros de saúde foram encerrados durante a noite, como se os transmontanos só pudessem adoecer de dia”
Ilídio Mesquita, um dos promotores do protesto mostra-se convencido na possibilidade de travar a transferência do meio de emergência para Vila Real.
“Estou convencido que é possível travar a saída do helicóptero de Macedo de Cavaleiro e mais do que uma decisão judicial é uma razão política.
Basta haver uma decisão do senhor Ministro da Saúde dar uma ordem à senhora presidente do INEM e dizer que o helicóptero tem que ficar em Macedo de Cavaleiros. Eu sei o que estou a dizer é polémico mas é importantíssimo que haja esta decisão.
A petição cita também alguns dos excertos que se podem ler no Manual do Serviço de Helicópteros de Emergência Médica, que dão conta que, “o helicóptero deve estar perto duma população idosa e isolada que sobrevive em localidades semidesérticas; Recordamos que o helicóptero leva ao local equipas médicas, equipamento médico, e existe a possibilidade de aterrar em todos terrenos o mais perto possível das ocorrências, com rapidez e disponibilidade”.
Argumentos sustentados por Ilídio Mesquita.
“Se vocês pegarem no manual do helicóptero do INEM, verão que diz que o heli deve estar perto das populações e que o helicóptero é um meio essencial para as grandes distâncias.
Como é que de repente mudaram esta situação, estamos a falar de um documento que é de 2010 não é do século passado”.
A manifestação contou com a presença dos 12 presidentes de câmara do distrito de Bragança.
O presidente anfitrião do protesto, Duarte Moreno lança o apelo para que o maior número de pessoas assinem a petição.
“Temos que estar presentes porque é uma petição pública e eu como cidadão normal também fiz parte desta petição e da providencia cautelar.
Isto é mais um serviço que não pode sair do nosso distrito porque o héli não é só transportar os doentes aos hospitais mas é também levar os médicos aos locais mais inacessíveis do nosso distrito”, enfatiza o autarca.
A petição está disponível no sítio das petições públicas na Internet e o objetivo é reunir as quatro mil assinaturas necessárias para ser discutida em plenário na Assembleia da República.
Refira-se que o helicóptero do INEM de Macedo de Cavaleiros é o que regista um maior número de saídas em todo o País.
Escrito por Onda Livre