Cercado de Corços de Grijó tem quatro novas crias

Um terreno cercado no concelho de Macedo de Cavaleiros serve de habitat para a reprodução e observação de corços.

Este animal é raro e difícil de ser observado, pelo que neste cercado da Associação de Caçadores de Grijó e Vilar do Monte é possível estar em contacto com a espécie que está a ser vigiada através de câmaras desde 2010.

Este sábado um grupo de investigadores, estudantes e membros da associativa partiram à captura dos animais para avaliar o padrão morfológico e genético do corço.

 

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“Vamos capturar animais para fazermos a monitorização e dotá-los de equipamento de identificação, vão ser pesados, medidos, vamos fazer uma avaliação morfológica dos animais. Vamos fazer uma colheita de sangue para ver o padrão genético do corso, a norte do rio Douro e avaliar também o estado sanitário dos animais”, explica o responsável.

O presidente da Associação, Raúl Fernandes mostra-se satisfeito com o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no interior do cercado, que visa a sustentabilidade da espécie.

Este ano nasceram quatro novas crias e atualmente são já 11 as espécies que vivem neste espaço em plena Serra de Bornes.

 

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“Temos um número significativo de animais. Este ano a reprodução foi boa, duas fêmeas procriaram e nasceram quatro crias.

Os animais estão monitorizados, temos muitos vídeos e ao longo dos dias vamos avaliando a capacidade de sustentação do cercado e o tipo de alimentação. Isto é feito com objetivo de potenciarmos o cercado”, afirma.

Permitir o estudo e um melhor conhecimento da conduta e a vida do corço em cativeiro é o objetivo da parceria com a UTAD.

Virado para a vertente da investigação, Raúl Fernandes diz que o espaço está aberto à comunidade científica que queira investigar esta espécie animal.

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“O objetivo passa por estudar melhor a espécie e abrir este espaço à comunidade científica.

O corço ainda não é caçado em Portugal, a nãos ser em zonas de caça turísticas. Vamos ver se há condições para caçáramos corços, nós produzimos e se nos autorizarem a matar um ou dois por ano, conseguimos repor facilmente o efetivo, porque retiramos do cercado e colocamos lá fora”.

Aurora Monzon coordenou esta “caça” ao corço para os alunos da UTAD das áreas de veterinária, biologia e Engenharia Florestal.

A docente enfatiza a importância da vertente prática e do contacto com a espécie para a formação do aluno.

 

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Durante esta captura aos corços foi possível marcar com um chip e um brinco, um macho e uma fémea, nascidos em finais de Maio.

Um espaço com 35 hectares vedados, onde foram investidos 50 mil euros, e ideal para a nidificação e desenvolvimento da espécie, através da criação de novos exemplares para à posteriori se povoarem outras áreas.

 Escrito por Onda Livre