Onze anos e meio de prisão para homem que tentou matar militares da GNR

O tribunal de Carrazeda de Ansiães condenou, na passada sexta-feira, a onze anos e meio de prisão efetiva um homem de 35 anos por tentar matar dois militares da GNR, com uma caçadeira, como vingança por ter sido detido por conduzir viatura com matrícula falsa e depois de ter ameaçado os militares com uma faca.

Os dois militares ficaram feridos, um deles com gravidade.

O arguido considerado muito perigoso e violento já cumpre pena de prisão por outros crimes na cadeia de Paços de Ferreira.

O caso remonta a 21 de Setembro de 2011, quando uma patrulha da GNR de Carrazeda de Ansiães, numa ação de fiscalização de trânsito, intercetou a viatura conduzida pelo arguido.

Como não apresentou os documentos de identificação do veículo, foi-lhe solicitado que os entregasse posteriormente.

Já no posto da GNR, os elementos da patrulha verificaram que a matrícula era falsa e referente a uma viatura que tinha sido furtada em Andorra.

Perante estas informações, ao início da tarde desse dia, foi montada uma operação policial. Ao ser abordado por cinco militares da GNR, o arguido apareceu munido de uma faca avançando em sua direção tentando impedir que fosse efetuada a verificação das discrepâncias das matrículas e posterior apreensão da viatura.

Apesar de ter sido ordenado ao arguido que pousasse a faca no chão, este ainda ameaçou que matava um dos militares. Após alguma insistência, Daniel Araújo acabou por entregar a faca à mãe, também arguida neste processo. O arguido foi detido e algemado, enquanto a viatura foi apreendida, mas como houve recusa de entregar as chaves foi necessário recorrer a um reboque.

Nessa altura, a mãe e a irmã de Daniel Araújo procuraram impedir que a viatura fosse carregada e insultaram os agentes da autoridade. Após o primeiro interrogatório judicial, o arguido saiu em liberdade.

Na madrugada de 23 de Setembro, poucas horas depois de ter sido libertado, Daniel Araújo deslocou-se ao Lugar de Pinheiro Manso (Carrazeda de Ansiães) munido de uma arma caçadeira.

Aí aguardou pela patrulha da GNR, com dois dos militares a quem insultou, que se fazia transportar num jipe, e pela retaguarda, a cerca de 40 metros de distância, disparou um tiro de zagalote que provocaram ferimentos graves num dos braços e zona lombar a um dos militares, que necessitou de intervenção cirúrgica, enquanto o outro militar foi atingido na cabeça por estilhaços de vidro da porta traseira do jipe.

A pena é o resultado do cúmulo jurídico dos vários crimes de que estava acusado: homicídio qualificado, na forma tentada, ameaça agravada, injúria agravada, detenção de arma proibida e falsificação ou contrafação de documentos.

O arguido foi ainda condenado a pagar uma indemnização de cerca de três mil euros ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real) e a um dos militares.

A mãe e uma irmã do arguido também foram condenadas a pagar uma multa de 900 euros, cada, pela autoria de três crimes de injúria agravada.