A dispensa da prova de avaliação para professores com cinco ou mais anos de serviço anunciada pelo Ministro da Educação não trava a luta dos sindicatos que representam os docentes.
Em Bragança, o Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades insurge-se contra esta prova.
O dirigente do SPLEU, Carlos Silvestre, diz mesmo que esta medida não faz sentido, porque põe em causa toda a formação dos docentes. “Há professores que embora sendo contratados já têm outros conhecimentos e outras competências feitas, nomeadamente mestrados e doutoramentos. São pessoas que ficaram aprovadas por cursos aprovados pelo Ministério da Educação e neste momento não se compreende como é que o próprio Ministério da Educação está a pôr em causa esses cursos que aceitou, que reconheceu e que tem avaliado ao longo destes anos e de um momento para o outro os professores têm que fazer uma prova que é ridícula”, realça Carlos Silvestre. O Sindicato dos Professores do Norte também contesta esta prova.
O dirigente em Bragança, José Domingues, acusa o Ministério de estar a passar um atestado de incompetência às instituições de ensino superior. “O SPN e os sindicatos da FENPROF são contra esta prova que acima de tudo visa mandar para o desemprego alguns professores que ainda vão tendo contratos e está a dar certificados de incompetência às escolas que formam professores, aqui na nossa região ao Politécnico de Bragança, ao Instituto Piaget e à UTAD. Daí ter que ser uma prova de alguns minutos, com a maior parte das questões de cruz e isso é que serve para avaliar os professores”, salienta José Domingues. Apesar deste acordo entre a FNE e o governo, o Sindicato dos Professores da Zona Norte, que faz parte desta Federação, continua a rejeitar esta medida, por considerar que não vai contribuir para a melhoria do sistema de ensino.
O dirigente em Bragança, Manuel Pereira, garante que os docentes estão revoltados e muitos não se estão a inscrever na prova. “Esta prova não vai contribuir em nada para melhorar o sistema de ensino e revela uma total desconsideração pelo trabalho de milhares de professores e educadores. Além das perguntas eles têm é manifestado muito descontentamento e revolta, porque ninguém entende o porquê dessa prova.
E então muitos têm-se recusado fazer a inscrição na própria prova, outros manifestaram-se ao Provedor de Justiça e outros estão a participar em manifestações e concentrações em Lisboa, Porto e Coimbra”, garante Manuel Pereira. A prova está marcada para 18 de Dezembro.
Os sindicatos ligados à FNE desconvocaram a greve marcada para o dia da prova, fruto deste acordo com a tutela, mas as restantes plataformas mantêm a greve e as acções de protesto.
Escrito por Brigantia (CIR)