Já não restam dúvidas, vai mesmo fechar o Laboratório de Apoio à Atividade Agropecuária da Direção Regional de Agricultura do Norte, situado na quinta do Valongo, em Mirandela.
Essa possíbilidade já tinha sido avançado há dois meses pela CIR,agora o próprio Diretor
Regional de Agricultura terá confirmado o encerramento a Jorge Machado, deputado do PCP na Assembleia
da República que esteve de visita a vários serviços públicos da região em risco de encerrar, para recolher
informação atualizada e preparar a fundamentação a apresentar numa interpelação ao Governo, na próxima
quintafeira, no Parlamento.
O presidente da câmara de Mirandela mostra-se surpreendido depois da direção regional de agricultura ter garantido que não havia qualquer decisão tomada.
No entanto, António Branco não tem dúvidas que se trata de uma péssima notícia para Mirandela e vai pedir explicações.
Há um mês atrás, o Grupo Parlamentar do PCP questionou a Ministra da Agricultura sobre a veracidade dos rumores de encerramento do Laboratório de apoio à atividade agropecuária, em Mirandela,
sendo que esta prestação de serviço à direção Geral de veterinária passaria a ser realizada em outro laboratório, situado em Vila do Conde.
Nessa altura, Assunção Cristas limitou-se a revelar que era intenção do Governo
avançar para a reestruturação doslaboratórios do Estado, mas sem concretizar se passava pelo encerramento
da estrutura de Mirandela.
Agora, o deputado do PCP, Jorge Machado, recebeu a confirmação do encerramento pelo próprio Diretor Regional de Agricultura do
Norte. Só que Manuel Cardoso terá alegado que o fecho fica a deverse a problemas na estrutura do edifício, que, refirase, foi inaugurado, há sete anos, pelo então PrimeiroMinistro, José Sócrates, e prometia ser uma das unidades laboratoriais de apoio à atividade agropecuária mais modernas na Região.
Este laboratório está vocacionado para a monitorização e avaliação da saúde animal ao nível das análises
efetuadas no âmbito do controlo da Brucelose, BSE, Leucose. Estamos a falar de uma unidade que, efetua,
em média cerca de 380 mil análises por ano.
Ainda segundo o deputado do PCP, quanto ao futuro dos 12 funcionários do laboratório, dois deles já terão
pedido a rescisão e os restantes serão incorporados nas unidades de controlo.
Contactado o diretor regional de agricultura, Manuel Cardoso escusouse a prestar declarações sobre este
assunto, não confirmando nem desmentindo estas informações.
As organizações de Produtores Pecuários, OPP’s, são os principais clientes deste laboratório, pois entregam
milhares de amostras de sangue para análise e recebem rapidamente os resultados via correio eletrónico.
Abreu Lima, vicepresidente da União dos Agrupamentos de Defesa Sanitária de TrásosMontes
está frontalmente contra esta estratégia de encerramento de serviços públicos na região que aumentam
a desertificação.
Abreu Lima lamenta que neste processo, as OPP’s não tenham sido ouvidos, dado que duas reuniões agendadas pelo diretor regional de agricultura foram adiadas.
Este dirigente chama ainda a atenção de que se perde um serviço eficiente de proximidade e com fiabilidade, aumentando a probabilidade de erros nas análises, bem como os custos se não for o próprio
Estado a suportar a deslocação até Vairão, em Vila do Conde.
Para além disso, este tipo de serviços está subvencionado aos ADS’s para os entregar no laboratório de Mirandela e agora não sabem como ficará no futuro.