47 enfermeiros da Unidade Local de Saúde do Nordeste assinaram ontem um contrato definitivo em funções públicas e seguem-se mais 19.
A cerimónia de assinatura do vínculo contratual e que visa imprimir uma maior estabilidade laboral aos profissionais da área foi celebrada na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros.
A contratação decorreu no âmbito de um concurso público da Administração Regional de Saúde do Norte aberto em 2010 e que agora culminou na assinatura contratual.
O presidente do conselho de Administração da ULS Nordeste, António Marçôa diz que foi feita justiça e explica porquê.
“Todas as oportunidades são boas para se fazer justiça.
Acontece que estes enfermeiros já estavam a trabalhar para a ULS entre sete a dez anos, só que estavam com contratos a termo resolutivo certo. Estão, portanto, em funções públicas.
Foi lançado um concurso em 2010 ainda arrastou-se e só agora é que terminou. O que estamos agora a fazer é a passagem para o quadro, em definitivo, destes enfermeiros.
Quando eu digo justiça, é justiça e rigor. Por um lado porque nós temos uma necessidade deles em termos de posto de trabalho permanente. E um contrato de trabalho permanente deve ser provido de um contrato individual de trabalho ou, neste caso, em contrato de funções públicas sem termo definitivo. É essa a nossa política.
Por outro lado, estamos a agir com rigor porque todos estes que estamos a admitir nós notamos que são necessidades permanentes.”
António Marçôa avança que há ainda uma vaga para 19 enfermeiros que não foram admitidos neste primeiro concurso e dentro em breve irão também assinar um contrato de trabalho definitivo.
Esta injeção de segurança aos profissionais de saúde e consequentemente aos utentes era algo há muito desejado.
“Para além deste, há 19 enfermeiros que não ficaram colocados neste concurso, e que nós, Unidade de Saúde do Nordeste, reconhecemos a necessidade e fizemos o pedido à Tutela para a admissão em contrato individual de trabalho, também sem termo.
Pela informação que tenho, penso que daqui a pouco tempo penso que terei essa notícia para dar. Mais 19 enfermeiros. Parece, à primeira vista, que estamos a admitir montanhas de pessoas, e não é verdade.
Nós tivemos a saída, há pouco mais de um ano, de mais de 100 funcionários, dos quais mais de 60 eram enfermeiros.
Estamos a substituir muitas aposentações que se verificaram. Claro que não as substituímos a todas, porque entretanto aproveitamos também a disponibilidade de horas de 35 para 40 horas. Basicamente, é essa a nossa base de gestão. Pautá-la pelo rigor, ver quais são as necessidades, aproveitar o que a legislação concedeu e fazer justiça a quem já cá está, fazendo vínculos definitivos.”
Os profissionais que se encontravam em situação precária foram submetidos a uma prova prévia para conseguir este contrato definitivo nos órgãos da ULS do Nordeste.
A contar da data da assinatura, os enfermeiros são sujeitos a um período de avaliação de 90 dias.
Ângela Prior, diretora de enfermagem está convicta de que este novo ciclo na vida destes profissionais irá incutir uma maior qualidade na execução dos seus serviços.
“Eles tinham um contrato a termo, concorreram a um concurso em funções públicas, foram submetidos a uma avaliação e seriados. O mérito é deles. Foram seriados em função daquilo que foram os trabalhos realizados ao longo de um período, que lhes permitiu cumprir critérios definidos por esse júri.
Os que ficaram melhor classificados foram os que assinaram hoje os contratos em funções públicas.
Assim ganham maior segurança, em termos de vínculo contratual. Quisemos dar melhores condições, obviamente.
Acreditamos que se os profissionais estiverem mais motivados, tiverem melhores condições de trabalho, terão um melhor desempenho.”
O conselho de Administração da ULS do Nordeste quer desta forma dar uma injeção de motivação à classe dos enfermeiros através da assinatura de um contrato vinculativo.
Neuza Borges estava no Centro de Saúde de Vila Flor e vai agora para Carrazeda de Ansiães, de onde é natural.
Ana Coelho vai continuar no Centro de Saúde de Santa Maria em Bragança.
“Significa, primeiro, mais estabilidade, que nos dias de hoje é tão importante.
É o reconhecimento de muito tempo de dedicação, de profissionalismo. Finalmente é reconhecido que o nosso posto de trabalho é necessário, que o nosso desempenho de funções é adequado, é de qualidade e que merecemos um contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado.”
“Trabalho no Centro de Saúde de Vila Flor, mas sou natural de Carrazeda de Ansiães.
Isto é uma oportunidade que acho que hoje me dia é bastante rara. Ou seja, não se vai ter uma oportunidade destas tão cedo.
É muito importante para nós ficar com um vínculo estável. Nós estávamos com contrato com termo certo, que se foi prologando no tempo. Não sabíamos se continuávamos ou se íamos para casa.
E com este contrato é uma estabilidade grande.”
Os 47 profissionais pertencentes à classe de enfermagem vão agora ser distribuídos pelos hospitais da área de abrangência da Unidade Local de Saúde do Nordeste, pelos 15 Centros de Saúde do distrito de Bragança e pelo o concelho de Vila Nova de Foz Côa, na Guarda.
Escrito por ONDA LIVRE