Os alunos finalistas dos cursos do Campus Académico do Nordeste de Macedo de Cavaleiros receberam este fim-de-semana a bênção das pastas na igreja matriz de Santa Maria.
Esta data marca o virar de página de uma etapa que será sempre recordada pelos 25 alunos finalistas dos cursos de enfermagem e fisioterapia.
Queimadas as fitas, agora é tempo de arregaçar as mangas e lutar por um lugar ao sol na área em que obtiveram formação.
Manuela Ferreira é de Vila Flor, terminou o curso de enfermagem, e expressa com otimismo o estado de espírito após a concretização de um sonho.
“Muita felicidade, muita emoção também e muita gratidão aos meus pais e a todos os amigos que sempre estiveram ao meu lado, professores, Toda a gente.
Acho que se formos bons naquilo que fazemos, e se tivermos gosto, há sempre um cantinho para nós.
Estou bastante expectante no futuro. Não estou desanimada, muito pelo contrário.
Sei bem as minhas capacidades, e pretende investir mais.
Tenho a certeza que vai haver um cantinho. É esse o espírito, e sempre foi ao longo dos quatro anos.”
De Torre de Moncorvo é Sílvia Isabel, que também terminou a formação em enfermagem, olha para o futuro com alguma apreensão e deixa entreaberta a porta da emigração.
“São muitas emoções.
É alegria, é nostalgia, é preocupação pelos dias que correm. É de tudo um pouco à mistura.
Como todos sabemos, hoje em dia está tudo a ir para o estrangeiro, e é o que estou a prndar em também.
Quando o país não dá oportunidade nós temos que sair. Investimos quatro anos. E estar parado é morrer. Por isso, se não for aqui que seja lá fora.”
De pasta na mão e a erguer as fitas cinzentas e amarelas estava Cindy Silva.
Terminado o curso de fisioterapia anseia por um emprego onde possa exercer a sua profissão.
“Estou muito contente.
Agora é pensar no futuro e tentar arranjar um emprego.
Não sei muito bem o que se espera do futuro. Pode ser que tenha sorte, que arranje já no primeiro ano.
Mas no nosso país está difícil, logo se vê. A emigração é uma porta a pensar. Se não houver aqui, vai ter que ser.
Não muito contente, não muito feliz. Também uma pessoa não pode ficar aqui parada.”
A presidente do Campus Académico, Helena Chéu tece algumas palavras de encorajamento a estes jovens que agora iniciam um novo ciclo.
“De facto congratulá-los pelo esforço que fizeram, pelo percurso que fizeram nesta cidade, nesta instituição.
Pela amizade que eles transmitem aos nossos colegas e funcionários. O intercâmbio que eles fazem com outros estudantes de outras escolas da instituição.
A própria dinâmica que criam na cidade, que é extremamente importante.
Por tudo, por tudo.
Já os nossos alunos da Tuna fizeram um hino para a cidade de Macedo, e para nós sempre foi muito emotivo, e terminar sempre que levamos Macedo para a vida.
Não só os alunos, mas também os professores e funcionários, e as pessoas que os acolheram aqui em Macedo de Cavaleiros.”
A formação está conquistada, agora faltam as oportunidades.
Helena Chéu frisa que são cada vez mais procurados por instituições internacionais que procuram “cérebros” portugueses.
“Isso é verdade e preocupa-nos cada vez mais enquanto instituição.
Cada vez mais somos abordados por outras instituições estrangeiras para poderem eles abordar os nossos alunos no sentido de os ensinarem a progredir os estudos fora do nosso país, ingressar numa vida profissional fora do nosso país.
E isso preocupa-nos bastante, principalmente com todas as necessidades que temos na área da saúde.”
Imbuídos na esperança de encontrar um futuro risonho e contribuir com o seu conhecimento para Portugal, os estudantes terminam os cursos cientes de que à sua espera podem estar algumas vicissitudes e adversidades.
Macedo de Cavaleiros ainda celebra a vida académica.
Informação ONDA LIVRE




