Mel português é livre de transgénicos

Os organismos geneticamente modificados não têm, para já, impacto na apicultura em Portugal.

Quem o afirma é Paulo Almeida, professora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Ainda assim, o risco existe, e aconselha os apicultores a colocarem as suas colmeias longe de culturas que recorram a transgénicos, e que, se for o caso, se façam valer da legislação.

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“Tanto quanto se sabe, não existe. Ainda para mais, em Portugal a quantidade de transgénicos que se produz é uma coisa residual.

E, portanto, nós continuamos a produzir mel livre de transgénicos, e o risco associado a isso é muito pequeno.

Contudo, não existe risco zero e os apicultores devem estar atentos e não colocar as colmeias perto dessas culturas porque poderão ver o seu produto contaminado e o seu valor diminuído.

Há legislação que protege o apicultor dessas situações, em que ele deve reclamar em caso de contaminações acidentais por organismos geneticamente modificados.”

Paulo Almeida diz que os estudos realizados até agora comprovam que não há risco quanto ao consumo destes produtos geneticamente modificados.

Mas o consumidor tem o direito de escolher.

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“O milho BT, que tem o gene do Bacillus Thuringiensis, produz proteínas que quando a lagarta dessa borboleta se alimenta do milho, morre pela ingestão dessas mesma proteínas, que são tóxicas para essa espécie.

O facto de serem tóxicas para essa espécie não implica que sejam tóxicas para outras espécies, como para o Homem. Ou não poderia consumi-lo, ao contrário do que acontece hoje em dia.”

Um organismo transgénico tem na sua constituição, ADN que não lhe pertence, com o objetivo de tirar proveito dessa modificação.

Paulo Almeida dá um exemplo.

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“Eu diria que ainda é um tema em aberto.

Todos os trabalhos que têm sido publicados até agora não têm mostrado efeito quer na sobrevivência das abelhas quer no desenvolvimento larvar das mesmas, quer mesmo nas produções.

Mas, obviamente, tem um efeito no que diz respeito ao consumidor. Tem o direito de escolha, de optar por transgénicos ou não-transgénicos.

E a apicultura, sendo uma cultura a céu aberto, há o risco de contaminação involuntária, que pode comprometer a própria comercialização, e os apicultores serem prejudicados.”

A produção de mel, para já, sem impacto dos transgénicos.

Fica o alerta para os apicultores se acautelarem, e manterem as suas colmeias longe de cultivações que utilizem organismos geneticamente modificados.

Informação ONDA LIVRE