O fecho de escolas é umas das preocupações que está na ordem do dia entre pais, crianças e autarcas das freguesias envolvidas, e algumas manifestações populares podem acontecer.
A unidade do 1º ciclo de Palaçoulo, concelho de Miranda do Douro é uma das escolas que integra a lista do Governo para não abrir portas já no próximo ano letivo.
Refira-se que já há uns anos a esta parte que esta ameaça tem assolado esta industrializada aldeia do Planalto Mirandês.
Perante este cenário, o presidente da junta de freguesia, Manuel Gonçalves deixa antever novas formas de luta.
“Certo é que não tenho nada, oficialmente, que me indique que a escola vai deixar de funcionar.
Depois de o ter, veremos as medidas que se irão tomar, ver da parte da povoação aquilo que eles próprios pretendem fazer, algo como uma manifestação.
Da minha parte, e é aquilo que irei fazer, além das que já fiz, farei mais reuniões com a população. E iremos avançar com aquilo que nelas se decidir.”
Fechar as escolas com menos de 21 alunos é para muitos uma medida sem critérios pedagógicos e que em nada contribui para a aprendizagem dos mais novos.
A revolta perante este fecho já foi manifestada à Direção Regional de Educação do Norte.
O autarca local é peremptório ao dizer que é inteiramente justificável, esta sede de freguesia ter uma unidade escolar.
No entanto, Manuel Gonçalves diz-se impotente perante as imposições do poder central.
“É com muita tristeza que o verifico se se vier a realizar.
A aldeia que Palaçoulo é, a vida que tem. Já saiu uma infraestrutura. Acaba por ser negativo para a própria aldeia.
Tanto a Junta de Freguesia como a Câmara Municipal manifestaram-se contra o encerramento em reuniões tidas com a DREN, a nossa revolta com o encerramento da escola.
Mas, não sendo ouvidos, acho que se dar mesmo dar o encerramento.
Vejo aqui por parte dos encarregados de educação, da população em geral, o descontentamento sobre o caso. Da parte do poder central abusam, “eu quero, posso e mando”, com esta política de encerramento como noutras infraestruturas a nível do interior que acabam por prejudicar esta região e que acabam por contribuir, de certeza absoluta, para a desertificação da região.”
O presidente da junta enfatiza o cariz empreendedor da freguesia e lamenta que as medidas governamentais não estejam direccionadas para o crescimento, mas antes para o empobrecimento.
“Numa aldeia quanto mais juventude tiver, mais vida tem, mais próspera acaba por ser.
E Palaçoulo acaba por ser uma aldeia com um cariz industrial, tem criado posto de trabalho, tem fixado a juventude.
É realmente pena que parte do poder central não veja isso de outra forma não acabe por premiar a aldeia com um prémio de excelência. E a escola seria uma forma de o fazer.”
Palaçoulo, uma aldeia com mais de 600 habitantes, com várias indústrias e que emprega quase uma centena de pessoas, depara-se agora com um possível encerramento da escola primária.
Escrito por ONDA LIVRE