No segundo dia de greve dos enfermeiros, 55 profissionais desta área do distrito de Bragança rumaram a Lisboa para se concentrarem em frente ao Ministério da Saúde.
A Dirigente regional de Trás-os-Montes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses lembra que em causa está a contratação de mais profissionais e o descongelamento de escalões da carreira dos enfermeiros.
“A grande reivindicação é cessar os ataques que têm sido feitos à enfermagem. Nomeadamente o descongelamento de escalões, congelados desde 2004, voltarmos às 35 horas; mais admissão de enfermeiros nos serviços, porque existe uma rotura nos serviços por falta de recursos humanos, que foi notória durante o verão.
As pessoas estão exaustas. E a greve é também pela harmonização dos salários entre os diferentes enfermeiros, tendo em conta que os enfermeiros contratados auferem dos mesmos salários dos da função pública.”
No Hospital de Bragança, a adesão à greve no turno da noite foi superior à de ontem, situando-se nos 95 por cento.
No bloco operatório manteve-se uma adesão de 100 por cento e 90 por cento no serviço de consulta externa.
No Hospital de Mirandela houve uma desão de 60 por cento no turno da noite e 83 por cento no turno da manhã.
Os dados dos centros de saúde e restantes hospitais do distrito ainda não foram contabilizados. Elisabete Barreira salienta que houve cirurgias e consultas adiadas ontem e hoje devido à greve.
“É normal que isso aconteça, até porque a enfermagem é imprescindível no SNS.
É óbvio que o objetivo não é causar constrangimentos aos utentes, mas isso acontece decorrente de os profissionais estarem de greve.
Foram adiadas consultas e cirurgias programadas, porque os enfermeiros estão apenas a assegurar cuidados mínimos e a exercer o seu direito à greve.”
A concentração nacional de enfermeiros em frente ao Ministério da Saúde estava marcada para o meio-dia.