Se a vespa da galha do castanheiro alastrar a Trás-os-Montes, a região estará preparada para lidar com a praga.
Esta é a convicção demonstrada este sábado pelo diretor regional da Agricultura e Pescas do Norte, em mais uma sessão de esclarecimento sobre a vespa, desta vez em Corujas, Macedo de Cavaleiros.
Manuel Cardoso assegura que estão alerta e otimistas em relação a esta praga.
“Nós fizemos a primeira reunião de emergência 24 Horas depois da praga ter sido detetada, porque nós já estávamos prevenidos em relação à possibilidade da sua ocorrência, e creio que neste momento, este ano, ainda não é a nossa grande preocupação em relação aquilo que se passa com o castanheiro aqui na zona não é a vespa do castanheiro.
É um ano que é irregular sob o ponto de vista da produção da castanha como sob o ponto de vista de outras produções do perfil climatérico que tivemos ao longo deste ano mas de fato nós estamos otimistas digamos assim em relação aquilo que podemos fazer em relação a este problema que se vai levantar sobre o ponto de vista sanitário nos castanheiros.”
Para já, a vespa ainda não chegou à região transmontana.
Manuel Cardoso afasta as especulações feitas com base no que aconteceu noutro países da Europa, em que as quedas na produção foram elevadas, e garante que já há medidas prontas a serem implementadas.
“Muitas pessoas têm feito declarações com base naquilo que foi evolução do que se passou em França e Itália.
Só que quer em França quer em Itália não estavam prevenidos para a ocorrência desse problema, enquanto que nós já estávamos prevenidos para essa ocorrência, homem prevenido vale por dois e já estamos com as medidas necessárias para logo que ela ocorra nós implementarmos os sistemas de combate que alias já estamos a implementar por causa dos focos que tivemos no entre Douro e Minho.
Vamos aprender a lidar com a doença não é a doença mais grave.”
José Alberto Pereira, professor da Escola Superior Agrária, e também orador nesta sessão, alerta os produtores para o facto de, para já, não haver medidas químicas ou biológicas que possam ser tomadas.
Um aspeto que temos que chamar a atenção é que não adianta estarmos a fazer tratamento contra a vespa como nós ontem ouvimos já há pessoas que estão a vender soluções para a vespa do castanheiro não adianta rigorosamente nada estarmos a fazer nenhuma medida de controlo, nem tratamentos químicos, nem meios de luta mecânica contra a vespa do castanheiro.
Mas de qualquer maneira há trabalhos de luta biológica que nos já iniciamos com os parasitas autóctones da região e também há trabalhos a nível europeu com a introdução de um parasitóide que já esta mais ou menos espalhado na Europa. Ainda não chegou cá a Portugal, pelo menos que nós tenhamos detetado, mas poderá ser umas das soluções a aplicação de um parasitóide para a luta biológica contra a vespa do castanheiro.
Se a vespa do castanheiro atingir a região, deve acontecer pela altura da primavera. José Alberto Pereira deixa alguns conselhos em caso de suspeita da presença desta praga.
A vespa do castanheiro condiciona o desenvolvimento das folhas nas árvores, o que impede a realização da fotossíntese, e, por isso, o normal crescimento da planta.
As quebras na produção não são imediatas. No primeiro ano a produção pode baixar em apenas 5%. Passados 4 anos podem subir para 70% ou mais.
A solução pode passar pela introdução de um parasitóide que não elimina a vespa, antes promove um equilíbrio biológico.
A região transmontana, que, relembro, é responsável por 85% da produção de castanha do país.
Escrito por ONDA LIVRE