O setor das águas não vai ser privatizado. A garantia foi deixada pelo Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, que esteve esta semana em Macedo de Cavaleiros para as “Jornadas OE 2015”.
Leitão Amaro afirma que a verticalização do setor, que tem vindo a ser falada, se refere a um ajuste no preço entre a água em alta e o preço da distrubuição, o que pode permitir maior eficiência do serviço, e manter a gestão voluntária dos municípios.
“A privatização das águas está completamente posta de parte. Não vai existir privatização do setor das águas.
Segundo ponto, a verticalização pode significar uma coisa diferente, que é articular a gestão da alta, ou seja, das grandes condutas da captação com a distribuição à população e comercialização.
Isso pode em alguns casos permitir gerir melhor os recursos até baixar os custos, trazer mais eficiência. Há um aspeto importantíssimo que é a perda de água, não é só a perda financeira e dos custos que são desajustados mas é a própria água que se perde e isso às vezes há maior capacidade de conseguir fazer gerir esses processos e limitar essas perdas de água. Não vai pelo cano abaixo, salta e perde-se numa estrutura com outra capacidade, e da massa criativa como pode ser uma estrutura verticalizada.
Mas estamos sempre a falar de um processo voluntário decidido pelos municípios e que nunca envolve a privatização do setor das águas isso não está em cima da mesa.”
Leitão Amaro diz estar ao corrente das dívidas que muitos municípios têm para com a Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro e da necessidade de efetuar obras nas condutas da água em baixa, de modo a evitar perdas deste bem essencial.
O secretário de Estado declara ainda que parte dos fundos comunitários do próximo quadro de apoio estão voltados para a sustentabilidade ambiental, e que por isso podem ser aplicados na rede de água em baixa, onde as perdas são mais acentuadas.
“O próximo quadro de fundos comunitários está dirigido sobretudo para as empresas como nós sabemos hoje menos para o investimento público, mais para as empresas, competitividade, para o empreendedorismo, para a capacitação das pessoas, para a inclusão social. Mas também alguma verba importante para a sustentabilidade ambiental. Parte em que existirá verba para a rede de águas sobretudo em baixa é onde existe os maiores problemas de perdas de água.”
O deputado do PSD falou ainda de uma restruturarão solidária do setor das águas, que aumentará o preço da água no litoral que, consequentemente, baixa as faturas dos transmontanos.
“É um novo tempo para o interior, nós estamos muito convencidos disso. Temos que garantir os serviços públicos, é uma matéria muito importante também que é a matéria das águas.
A reestruturação do setor da água vai permitir uma lógica de solidariedade e de reequilíbrio dos preços ao longo de todo o território vai pedir um bocadinho mais de esforço às pessoas que vivem no litoral e que pagam a água muito mais barata que aumenta um bocadinho para podermos baixar muito a água no interior, portanto isto é uma das zonas mais beneficiadas neste conjunto de medidas.”
António Leitão Amaro esteve esta semana em Macedo de Cavaleiros para apresentar o Orçamento de Estado para 2015, e deixou a garantia de que a privatização do setor das águas não vai acontecer.
Escrito por ONDA LIVRE