Disparou o número de novos casos de violência doméstica no distrito de Bragança. Este ano foi registado um aumento de 32 por cento. O Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica do Distrito registou 182 novos casos. 2014 foi um ano negro em termos de violência doméstica com o registo de uma morte, o que já não acontecia desde 2006 no Nordeste Transmontano.
Teresa Fernandes, Psicóloga do Núcleo, adianta que na maioria dos casos as vítimas são mulheres, mas têm vindo a aumentar as agressões a idosos e crianças. “Não são só as mortes, mas também o aumento do número de casos e da violência. As mulheres ainda denunciam em maioria, mas temos um número significativo de idosos. Idosos que nunca foram vítimas de violência na conjugalidade, mas que agora lhe são perpetrados por familiares”, avança a psicóloga.
Números avançados ontem à margem da abertura das primeiras Jornadas Ibéricas sobre Violência Domésticas, que terminam hoje, em Bragança.
Teresa Fernandes confessa que já foram dados passos importantes na Justiça no tratamento dos casos da violência doméstica, mas defende que ainda é preciso fazer mais. “Falta apenas dar o salto, passar de 5 para 8 anos a prisão preventiva em alguns casos mais graves, coisa que hoje não é possível”.
Para dar resposta a vítimas de violência doméstica, a Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança tem um projecto para a construção de uma casa abrigo com 30 vagas. O presidente da Associação, Alcídio Castanheira, adianta que as obras vão arrancar no próximo ano. Este projecto representa um investimento de cerca de 800 mil euros e vai ser financiado em 75 por cento.
Informação CIR (Rádio Brigantia)