A extensão de saúde de Salto, no concelho de Montalegre, está sem atendimento médico diário há vários meses.
A população está descontente com a situação e, ontem, cerca de 30 habitantes protestaram à frente do imóvel.
O médico que ali trabalhava a tempo inteiro tirou férias em setembro de 2014. A seguir, meteu licença sem vencimento por um ano. Durante dois meses, deixou sem consultas cerca de 1400 habitantes da freguesia.
Como medida provisória, dois médicos do Centro de Saúde de Montalegre deslocam-se a Salto, à quarta-feira, um de manhã e outro de tarde, para dar, no total, 20 consultas. Uma situação que não agrada.
O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, diz que tem conversado com a Administração Regional de Saúde do Norte para tentar encontrar uma solução.
“Estamos preocupados, porque eu próprio sou residente em Salto e utente também do centro de saúde de Salto, a verdade é que havia aqui um médico com uma presença quotidiana e este meteu licença sem vencimento por um ano e estamos a tentar com os serviços, com a Administração Regional de Saúde do Norte encontrar uma solução. Neste momento vem um médico uma vez por semana a Salto é obviamente muito pouco porque são mil utentes que não tem médico de família, os constrangimentos e os prejuízos são muito grandes. A população não pode estar desguarnecida como está, porque nos retiraram daqui as forças de segurança, o posto da GNR e agora não temos o apoio na área da saúde.”
Só que a solução não parece fácil, acrescenta o autarca de Montalegre:
“Sabemos que da parte da Administração Regional de Saúde tem sido feito contatos com empresas que tem ao seu serviço médicos a quem estão a propor pagar aqui umas vindas em alguns dias se não todos a Salto. O que oiço dizer é que a bonificação ou a remuneração oferecida no contexto de trabalho a hora é muito baixo e que não há medico nenhum que lhe pegue, a verdade é que isto para nós não pode ser solução até porque a Administração Regional de Saúde tem que ter em conta que havia aqui uma despesa suportada mensalmente com um médico que meteu licença sem vencimento e portanto essa despesa não está a ser feita. Deixa ficar aí uma almofada para que com esse fundo se possa encontrar uma solução e pagar melhor também a classe medica.”
O autarca de Montalegre a reivindicar atendimento médico diário para Salto, freguesia com cerca de 1400 habitantes.
Informação CIR (Rádio Ansiães)