Unidade de Cuidados Paliativos de Macedo de Cavaleiros vai receber meio milhão e meio de euros por ano até 2017

Cerca de meio milhão e meio de euros por ano, até 2017, é o valor que o Governo tem previsto para atribuir à Unidade de Cuidados Paliativos de Macedo de Cavaleiros.

Foi publicado em Diário da República na segunda feira que o Governo autoriza o ISS e as três Administrações Regionais de Saúde à distribuição de um total de 16,5 milhões nos próximos três anos (2015, 2016 e 2017). O bolo vai ser partido pelas Unidades de Média Duração e Reabilitação (UMDR), três Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM), cinco Unidades de Cuidados Paliativos (UCP) e uma Unidade de Convalescença (UC).

 A notícia veio ontem a público, dia em que se assinalou o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro e em que foi revelado à comunicação social pelo presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, Manuel Luís Capelas, que metade dos doentes oncológicos morre sem ter acesso a cuidados paliativos.

O presidente do Conselho da Administração da ULS Nordeste, António Marçôa, considera por isso uma boa opção o investimento que tem sido feito na região nesse tipo de cuidados de saúde a doentes em fase terminal.

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“O que saiu no jornal Público confirma a bondade da nossa decisão estratégica de investir nos cuidados paliativos. Já tínhamos essa certeza, que uma boa parte dos doentes que necessitam de cuidados paliativos não obtém tratamentos. Aliás, esses dados vêm no Público, metade dos doentes com cancro morre sem ter cuidados paliativos. Isto é preocupante, e muito mais ainda na nossa região atendendo à população que nós servimos. Daí aquilo que eu referi, que foi a nossa intenção e a nossa defesa do aumento da capacidade do tratamento de cuidados paliativos, e ainda  o  investimento apresentando nos projetos para o tratamento dos cuidados domiciliários dos doentes em fase terminal.”

562 mil euros é a verba que vai chegar este ano à Unidade de Cuidados Paliativos de Macedo de Cavaleiros, a única de Trás-os-Montes. Com a atribuição deste financiamento, dentro de duas semanas é provável que as 16 camas do serviço possam já receber doentes.

António Marçôa reforça a necessidade da existência de cuidados paliativos na região com dados recentes recolhidos numa visita ao hospital de Vila Real.

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“Estávamos a aguardar a saída em Diário da Republica, o que já ocorreu, e a partir de agora penso que num prazo rápido, no máximo 15 dias, deveremos começar a ter essas camas ocupadas.

Mas continuo a referir a necessidade do reforço dos paliativos, porque acho que é alarmante uma taxa tão grande de doentes oncológicos que falecem sem ter cuidados paliativos, como refere o jornal o Público.

Tive ocasião ainda há pouco tempo de visitar o Centro Oncológico de Vila Real, e em conversa com os clínicos foi -me referido que uma percentagem elevadíssima, mais de 60% dos casos dos doentes que estavam internados no Centro Oncológico em Vila Real, necessitavam de ser transferidos para Unidade de Cuidados Paliativos. Quer dizer se nós temos então a nossa Unidade agora com disponibilidade teremos uma intensa ocupação.”

Existe ainda uma rede de cuidados paliativos domiciliários, a funcionar no Planalto Mirandês, na Terra Fria e, mais recentemente, em Alfândega da Fé. Outro serviço que António Marçôa acredita que se justifica, com base num estudo que refere que 51% das pessoas prefere falecer em casa.

Ao longo dos próximos três anos a UCP de Macedo de Cavaleiros vai receber um financiamento de 1.684.723,5 €, ou seja, mais de meio milhão e meio de euros por ano.

Escrito por ONDA LIVRE