Queimado o mega-careto, acaba-se o Entrudo em Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Ao longo de três dias terão sido cerca de 10 mil as pessoas que rumaram à aldeia do nordeste transmontano.
Uma das maiores enchentes de sempre, como destaca António Carneiro, presidente da Associação do Grupo dos Caretos de Podence.
“Neste ano de 2015 o Entrudo Chocalheiro está a exceder as nossas expetativas.
Muita gente que nos vem visitar, para verem este Carnaval genuíno. Vêm de norte a sul do país e da vizinha Espanha. É o que ainda nos dá mais força para continuar com esta festa, que é do povo. E é para eles que nós estamos a trabalhar.”
Foram perto de 50 os caretos que desfilaram pelas ruas da localidade. E neste dias, passam a ser só Caretos, sem nome, e com muita energia no corpo.
“- Careto de Podence.
Onda Livre – Primeiro e último nome?
– Careto de Podence.
Onda Livre – Hoje és só careto?
– Sou só careto.
Onda Livre – O que é que sentes quando vestes esse fato?
– Muita folia, muita energia, muita força para partir tudo.
Onda Livre – Hoje há muita gente para vos ver. Ficam contentes?
– Claro que sim, mas as pessoas tem que vir mais a Podence, conhecer a tradição. Nós tentamos levá-la a todo o país em todas as saídas que temos, mas é aqui que nos sentimos bem. É esta a nossa casa e é aqui que temos de manter a tradição.”
Houve quem se estreasse o Entrudo Chocalheiro a festejar o aniversário, como é o caso de Margarida Silva. De máquina fotográfica em punho, para João Teixeira também foi a primeira vez.
“Margarida Silva – Venho de Braga. Pedi para ser chocalhada!Três vezes! Uma por uma criança fixe, muito engraçada. As crianças já sabem, e fico admirada, porque aprendem desde a infância o que é o chocalho.
Onda Livre – Mas aqui em Podence é anti-natura as senhoras irem procurar os chocalhos. Antigamente elas fugiam!
Margarida Silva- Eu não! Vim de propósito. Hoje faço anos, e esta foi a minha prenda.
João Teixeira – De Armamar.
Onda Livre – Já conseguiu boas fotos?
João Teixeira- Algumas.
Onda Livre – É o primeiro dia que está cá?
João Teixeira- Sim, e o primeiro ano.
Onda Livre – O que está achar?
João Teixeira- Um espetacular. Já tinha ouvido falar, mas ainda não tinha tido oportunidade de vir. Este ano, surgiu a oportunidade, e cá estou.
Onda Livre – E o que está achar dos caretos?
João Teixeira- É muito engraçado. Isto é a tradição e portanto, deve-se preservar .”
Mais um ano, comprimiu-se a tradição em Podence, onde os Caretos, irreverentes e coloridos, espalharam diversão durante três dias.
Escrito por ONDA LIVRE