Vias de comunicação no interior do país consideradas nas propostas da Unidade de Missão para a Valorização do Interior

As propostas para a Unidade de Missão para a Valorização do Interior, que querem promover a coesão do país, vão ser apresentadas em setembro. Trás-os-Montes fica a meio caminho para o centro da Europa, tem vindo a ser repetido, mas, desta vez, e apesar da dificuldade em captar financiamentos, as vias de comunicação dentro das regiões não vão ficar esquecidas.

Garantia de Helena Freitas, a coordenadora deste projeto do Governo, que não descarta a hipótese de se incluírem as linhas ferroviárias.

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“Podemos ir também buscar outros modelos, mais adequados a estes territórios, para promover o transporte público, numa lógica mais flexível, mais partilhada. O que significa também que temos que evoluir na nossa forma de estar, de organizar, e de gerir, porque hoje a nossa filosofia de rede, de partilha, de trabalho em conjunto é inegavelmente o futuro. E portante teremos que encontrar por aí soluções. Penso que este Governo está a trabalhar nesse sentido, e é, sem dúvida, uma questão importante.

Há também iniciativas a nível da ferrovia, que são públicas, o Ferrovia 2020, e que o Ministério do Planeamento e das Infraestuturas já tem em perspectiva para esta legislatura, e o plano para a coesão territorial também contempla a ferrovia.”

Dentre as medidas que estão a ser preparadas, as do domínio da política fiscal e do investimento público e privado são, pois, prioritários – é outra ideia constantemente repetida – mas há outras.

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“No domínio da educação, com concertação das  universidades. O conhecimento é aqui vital para apoiarmos a região. Centros de competência, para apoiar os nichos de inovação que o território tem. Esta zona tem muitos produtos endógenos, que temos que apoiar, que anunciam cadeias de valor importantes.”

Declarações este sábado, à margem da Convenção Distrital do PS, que decorreu em Macedo de Cavaleiros, cujo tema escolhido foi “Ordenamento do Território e Descentralização”. Os planos e estudos no terreno estão feitos. Agora falta colocar tudo em prática, na ótica de Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, e membro desta Unidade de Missão, que considera importante falar com os órgãos políticos locais sobre a temática da descentralização.

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“Dizia há alguns dias sobre esta matéria que prognósticos, estudos e planos estão todos feitos. Sabemos bem como vivemos, não é preciso fazer mais diagnósticos sobre isso. Temos que arranjar receita e uma solução.

E é isso que admito que  o que esta Unidade de Missão apresentará em setembro serão propostas de resolução para valorizar o interior.”

A descentralização que é um assunto com barbas, que teima em não se resolver. O Ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, veio a Macedo de Cavaleiros dizer que “é desta”, com um plano que classifica como sendo o “mais ousado em 40 anos de democracia”.

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“Descentralizar é essencial para todo o país.

O que tem falhado é a vontade política. Julgo que neste momento temos uma circunstância única. Temos um primeiro-ministro que sempre foi um descentralizador, alguém que sempre apostou no poder local, e  de 8 anos na Câmara de Lisboa  ainda  lhe deram mais consciência sobre essa temática.

Penso que nos próximos dias estaremos em condições de iniciar o debate público sobre aquele que é o mais ousado plano de descentralização em 40 anos de democracia.”

E nesta convenção distrital tiveram também voz os presidente de câmara, ou não fizesse parte do tema “O papel das autarquias no desenvolvimento do território”.

E o que faz falta à região? O que está mal? Artur Nunes, presidente da Câmara de Miranda do Douro, fala da necessidade de investimentos; Berta Nunes, autarca de Alfândega da Fé, concentra-se nas desproporções no acesso aos financiamentos, como, por exemplo, no que toca ao Plano Estratégico Urbano de Reabilitação.

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Artur Nunes – Tem que haver uma política concertada a nível institucional, que permita investimentos públicos ajustados para todo o território. Se assim acontecer, penso que há condições para que os privados também possam acreditar que o interior vale a pena.

Berta Nunes – As três cidades que são consideradas de nível superior – Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança – levaram muitíssimo mais dinheiro do que todos os outros concelhos.

Só para comparar, enquanto o meu concelho, Alfândega da Fé, vai ter menos de um milhão de euros para a reabilitação urbana, Macedo tem mais de 10 milhões, e as outras duas cidades têm muito mais ainda. E eu posso considerar que estas cidades possam ter mais financiamentos, mas não nesta desproporção.

As autárquicas de 2017 já mexem. E não se foge ao assunto.

Discutir o que faz falta, para apresentar melhores propostas – uma estratégia apresentada pelo líder da Distrital de Bragança do partido Rosa, Carlos Guerra.

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“O tema que queremos discutir aqui é a descentralização: como devem ser transferidas as competências, como devem ser os modelos de governação… Porque o que pretendemos é construir um modelo que sirva de base às propostas que os candidatos do partido socialista vão apresentar.

O nosso objetivo, claramente, é ganhar mais câmaras. O que estamos agora a apresentar não é uma estratégia diferente, é baseada numa planificação de objetivos. Na política, também temos que usar algumas lógicas empresariais. Temos que definir o que queremos para a nossa região, e com vamos atingi-los, para poder propor aos nossos potenciais votantes.”

Como candidatos socialistas às próximas eleições, confirmam-se os nomes de Benjamim Rodrigues, para Macedo de Cavaleiros, Júlia Rodrigues para Mirandela e Luís Fernandes para Vinhais, dado que Américo Pereira atingiu o número de mandatos permitidos por lei. Os restantes vão autarcas vão recandidatar-se.

Por Macedo de Cavaleiros, o presidente da Concelhia do PS, Pedro Mascarenhas, não adianta mais nomes de candidatos, mas, garante, nas freguesias está a ser feito um “bom trabalho há muito tempo”, e há a convicção de apresentar “candidatos muito bons e ganhadores”.

Certo é que nos últimos dois anos o concelho perdeu gente, e é complicado fazer listas nas aldeias.

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“É um problema que se coloca. Há cada vez mais dificuldade em fazer listas, porque há aldeias e freguesias que têm muito pouca gente.

Há um desligar da política. As pessoas têm opinião política e simpatia pelos partidos, mas, muitas vezes, não se querem manifestar e dar a cara e entrar diretamente em lutas políticas. E, quando há pouca gente, é mais difícil.”

É preciso chamar os mais jovens para a política, com bons exemplos.

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“Para aproximar os jovens da política é necessário que os mais velhos no meio dêem um exemplo de trabalho e honestidade, para que os jovens possam olhar para a política como algo útil à sociedade e digno.

Ultimamente, nem sempre é isso que temos visto, e não temos visto bons exemplos. Cabe aos que já estão na política dar o bom exemplo, porque os jovens não se querem associar a nada que lhes dê má imagem.”

O resumo do que se passou na Convenção Distrital do PS de Bragança, que aconteceu sábado, em Macedo de Cavaleiros.

Escrito por ONDA LIVRE