Hoje à tarde, ambientalistas portugueses e espanhóis reúnem com a Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta. A exploração de urânio prevista para a província de Salamanca, na vizinha Espanha, e junto à fronteira portuguesa, é o motivo desta visita. Miguel Martins, do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), explica o que pretendem com esta audição.
“Queremos perceber junto da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta se tem mais informações do que aquelas que nós temos, e se o próprio município já se pronunciou relativamente a esta exploração, que fica muito perto da fronteira portuguesa.
É uma exploração que está prevista com técnicas muito arcaicas, a céu aberto e com o uso de ácido sulfúrico para a extração, e, como tal, os riscos agravam-se, sobretudo para o município de Freixo, com o perigo de contaminação, além da radioatividade.”
De manhã, membro do PEV e do partido espanhol equivalente, o EQUO , vão estar junto da população da Guarda, distrito que também pode vir a ser afetado caso esta exploração avance.
Ainda não arrancaram as construções para que esta exploração comece, apesar de no passado mês terem havido iniciativas nesse sentido. O Governo português, garante Miguel Martins, está igualmente preocupado.
“Segundo nos transmitiram, há cerca de um mês, houve movimentações de terras junto ao local onde está prevista a unidade de reprocessamento de urânio.
Desde 2013 que estamos a par desta situação, informados pelos nossos amigos espanhóis. Apresentámos uma queixa à União Europeia e ao Parlamento Europeu, além de termos questionado por três vezes o Governo português. A última resposta portuguesa é de julho, e transmitiu-nos que é uma preocupação comum. Confirma ainda a contaminação através da propagação de partículas, mas também dos recursos hídricos, uma vez que esta exploração fica em plena bacia hidrográfica do Douro.”
E os esclarecimentos que chegam de Espanha são deficitários, e não convencem.
“O processo tem sido pouco claro por parte do Governo espanhol, que deveria em tempo oportuno informado o Governo português para aquilo que eram os impactes ambientais.
Já há um Estudo de Impacte Ambiental para esta exploração, e o Governo Português nem sequer foi informado dessa situação. Não se pôde pronunciar. Agora estão a ser ativados outros procedimentos protocolares que considera que este avançar da exploração trará problemas gravíssimos para o nosso país.”
A reunião com a Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta está agenda para as 3 horas da tarde. Uma hora mais tarde, os partidos vão falar à comunicação social.
Escrito por ONDA LIVRE


