90 anos da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros: Uma nova sociedade motiva novos desafios

90 anos da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros: Uma nova sociedade motiva novos desafios

Ainda que sem prazos e moldes totalmente definidos, é intenção do Governo investir nos cuidados domiciliários, para diminuir a necessidade de institucionalizar os idosos.

Assim o disse em Macedo de Cavaleiros Manuel Delgado, secretário de estado da saúde.

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“É preciso, cada vez mais, que os serviços de saúde acompanhem, cada vez mais, estas novas exigências e novas necessidades.

Por um lado, as doenças crónicas, com um cuidado quase permanente, em termos de apoio familiar, no domicílio, na medicação, fisioterapia, em alguns dias para internamento. Mas, sobretudo, uma visão e um foco muito no domicílio das pessoas.

O Governo não quer estar a institucionalizar os idosos. Os serviços têm que ir ter com as pessoas, e não as pessoas com os serviços.”

Manuel Delgado garantiu, contudo, que serviços como as unidades de convalescença, por exemplo, não estão em risco, porque continuam a ser precisos nos hospitais.

O secretário de estado que falava à margem das comemorações dos 90 anos da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, que se fizeram com um seminário com o tema “Os Novos Desafios das Misericórdias”.

Um assunto escolhido por espelhar a urgência atual de estas instituições se adaptarem à sociedade, explica o provedor Alfredo Castanheira Pinto. É um cargo que ocupa há 44 anos, e neste período tudo mudou.

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“É um dos temas que neste momento aflige as Misericórdias de todo o país. São de tal maneira sobrecarregadas com trabalhos e serviços,  o que torna muito complicado trabalhar numa Misericórdia hoje.

Neste 44 anos, mudou tudo. E neste tudo englobo mesmo a própria pobreza. Há mais pobres encobertos agora. Antes, poderia haver gente com necessidade, mas não eram tantas as pessoas. Têm (as Misericórdias) que se adaptar às necessidades da sociedade.”

As alterações sociais que dominaram as intervenções deste seminário. Considera o mesmo Duarte Moreno, presidente da autarquia macedense, que avança novidades neste âmbito social.

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“Penso que, cada vez mais, temos que trabalhar em conjunto. Também com a ULS Nordeste e com as instituições que atuam neste campo.

Está a criar-se, no âmbito da Comunidade Intermunicipal (CIM) Trás-os-Montes, uma plataforma que irá integrar todas estas ajudas que se dão às pessoas do distrito, dos concelhos que integram esta CIM, para saber a quem se dirigem as ajudas, de modo a que não sejam replicadas. Isto para que não se retirem ajudas a quem realmente as precisa.”

Presente esteve ainda Maria de Belém, que desempenhou as funções de presidente da Assembleia-Geral das Misericórdias Portuguesas, e que foi oradora neste seminário.

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“Aquilo que eu considero fundamental é aquilo a que eu chamo a estratégia RPR, que consiste em ajudar as pessoas com necessidades. Portanto, reparar aquelas situações que existem de isolamento, de necessidade de cuidados que as Misericórdias.

Depois, uma estratégia de reintegração das pessoas, após compensadas e equilibradas, para que se insiram novamente na sociedade, porque temos situações de pessoas completamente perdidas.

E temos uma atividade que tem que começar a ser feita, para que os problemas não sejam tão graves como agora, que é a a prevenção.”

As novas necessidades sociais e os novos desafios das instituições que prestam auxílio às populações em debate no assinalar dos 90 anos da Santa Casa da Misericórdia.

Nestas comemorações foram distinguidos Duarte Moreno, presidente da câmara, e Maria José Moreno, ex-deputada da Assembleia da República, com o grau de Irmãos Honorários, pela doação de bens terrenos à instituição.

Escrito por ONDA LIVRE

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