Via Verde coronária ajuda doentes com sinais de enfarte a um atendimento mais rápido

Via Verde coronária ajuda doentes com sinais de enfarte a um atendimento mais rápido

A Unidade Local de Saúde do Nordeste tem em funcionamento desde ontem a Via Verde coronária. A medida vai agilizar a resposta aos doentes que apresentem sinais de enfarte do miocárdio fazendo com que sejam atendidos mais rapidamente na urgência. De acordo com o director do Serviço de Urgência Médico Cirúrgica de Bragança, Tiago Loza, o novo protocolo de atendimento vai permitir servir a população de uma forma mais rápida e organizada.

 “Que seja implementado e iniciado o protocolo de atuação e tratamento dos doentes mais rapidamente de forma a evitar complicações. É um tipo de doentes cujo tratamento é tempo dependente, ou seja, quanto mais tempo se passar da doença, piores são os resultados para os doentes e quanto mais rapidamente forem tratados melhores são os resultados. Os doentes têm benefício em fazer eletrocardiograma em 10 minutos e o tempo máximo de tratamento de eleição é de 90 minutos. Implementando esta via verde coronária os doentes «passam à frente dos outros», não por uma razão logística mas por uma razão de benefício de tratamento para os doentes.” 

De acordo com o responsável do serviço de urgência, a taxa de enfarte no nordeste transmontano é inferior a outras regiões, registando-se cerca de 300 casos por ano na área de abrangência da ULS Nordeste, e desses apenas 5 por cento têm de ser transferidos para o Hospital de Vila Real, o mais próximo com laboratório de hemodinâmica.

“A vida verde coronária vai parar o enfarte, vai evitar que ele continue e resolvê-lo mas o tratamento definitivo para que não haja novos enfartes e novo sofrimento é o laboratório de  hemodinâmica com a colocação de próteses nas artérias coronárias que evitam que haja novos enfartes, novos ataques cardíacos.
A grande maioria resolve-se aqui, só os casos de extrema gravidade que serão uma percentagem a rondar os 5% ou até inferior é que necessitam de uma transferência rápida ou imediata. Todos os doentes terão que fazer, eventualmente, um cateterismo cardíaco mas alguns deles ficam até referenciados a partir da consulta.” 

Norberto Silva, o enfermeiro chefe do departamento de urgência da ULS Nordeste, destaca que mesmo nos casos mais graves, o tempo de resposta é encurtado, factor fulcral para evitar sequelas e melhorar as hipóteses de recuperação.

 “A partir da triagem feita pelo enfermeiro os doentes são diretamente encaminhados para o médico especialista que vai atender essa patologia. Isso permite poupar tempo, o que neste tipo de patologias é crucial; isto é quanto mais rapidamente se tratar o doente melhor será o seu prognóstico. Se pouparmos tempo desde que o doente entra na porta do serviço de urgência estamos sempre a ganhar tempo. Diz-se na gíria dos serviços que tempo é miocárdio, que tempo é músculo; quanto mais encurtarmos o tempo desde que o doente inicia os sintomas até ao primeiro tratamento estamos a recuperar tecido cardíaco.”

O Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica do Hospital de Bragança passa assim a ter as quatro vias verdes existentes no Serviço Nacional de Saúde. Depois de já ter implementado via verde do AVC (Acidente Vascular Cerebral), do Trauma e de Sépsis tem também agora a Coronária.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

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