Há falta de recursos humanos no setor dos frutos secos para implementar novas estratégias que ajudem à produção.
Quem o diz é José Pinto, do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos.
“Precisamos de mais pessoas capacitadas para ajudar as empresas e as organizações a comercializarem, ajudarem as empresas a ter bom marketing, uma boa estratégia de planificação da produção. Coisas que os nossos empresários e os nossos quadros superiores (os mais tradicionais) não tinham como uma prioridade e nós precisamos de mudar este paradigma e colocar, de facto, as pessoas e o desenvolvimento das pessoas no centro do desenvolvimento dos próprios frutos secos.”
Um setor que, segundo José Pinto, tem boas margens de produção, mas no qual é necessário desenvolver as organizações e criar fusões que levem ao aumento dos lucros e da valorização dos produtos.
“É um setor em que é relativamente fácil de fazer exploração, produção bem como comercialização e transformação e por isso não tem sido necessário o desenvolvimento e a capacitação das organizações. É isso que faz a diferença, é que se de facto as organizações forem capazes de serem mais fortes e mais unidas, capazes de fazerem algumas fusões e conseguirem ter uma dimensão maior vão conseguir colocar os produtos em mercados mais desenvolvidos, em mercados em que a valorização dos produtos é maior e isso vai trazer uma maior remuneração quer a quem planta, quer a quem colhe, transforma e comercializa.
É esse o nosso sentido, sermos capazes de valorizar e essa é talvez, a palavra-chave.”
A nova aposta do Centro Nacional de Competências que passa agora para a valorização dos frutos secos que são cada vez de melhor qualidade, considera ainda.
“Valorizar os produtos que são excecionais. Do ponto de vista da produção Nacional temos produtos top em termos dos frutos secos. Castanhas que são consideradas as melhores do mundo, amêndoas de excelente sabor e muito melhores que algumas importadas, temos nichos nozes muito bons e portanto todos os frutos secos produzidos em Portugal são de excelente qualidade e o que precisamos agora é, de facto, valorizá-los e o passo seguinte que o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos vai procurar dar é no sentido de procurar uma maior valorização de todos estes produtos.”
Temas ainda abordados no Seminário “Oportunidades e desafios no setor dos frutos secos” que aconteceu na passada quinta-feira em Macedo de Cavaleiros.
Escrito por ONDA LIVRE