Lei da caça sofre alterações que “vêm trazer mais encargos aos matilheiros”

Lei da caça sofre alterações que “vêm trazer mais encargos aos matilheiros”

As matilhas de caça maior e os matilheiros passam a ter de estar registados e a ter, obrigatoriamente, na sua composição 20 cães durante o ato de caça. Também as zonas de caça têm de apresentar um Plano de Ordenamento de Exploração Cinegética no fim de cada período de concessão. Estas são algumas das mudanças à lei da caça aprovada a semana passada.

Obrigações e mais encargos aos caçadores, é desta forma que Artur Cordeiro, Presidente da Associação de Caçadores da 1ª Região Cinegética, descreve as mais recentes alterações.

“As zonas de caça que tiveram a autorização, penso que fim de um período de 10 anos, seriam renovadas automaticamente.

Agora fala-se que é preciso fazer outro plano, e isso representa mais encargos o que não me parece nada bom para as zonas de caça.

O registo das matilhas em si não julgo que traga problemas, não percebo é porque têm de ser 20 cães por matilha em ato de caça e não podem ser 10 ou 15.

Será melhor para uma montaria 10 bons cães do que 20 maus, assim como também penso que os matilheiros terão de ser registados, e isso, de certeza que vai implicar encargos para os matilheiros.”

O Presidente que refere ainda ter pedido ao Ministro da Agricultura durante a sua recente passagem por Macedo de Cavaleiros, melhores condições de fomento cinegético, o que, não se reflecte com as novas leis.

“Eu não vejo que elas tragam nenhum benefício para a caça, aliás, relativamente a isto eu dir-lhe-ia que quando foi a Feira da Caça e do Turismo aqui em Macedo de Cavaleiros na inauguração com a presença do Sr. Ministro da Agricultura, referi três pontos: financiamento das dez organizações da caça, também a diferenciação de taxas e fomento cinegético. O Sr. Ministro achou muito bem mas nada disto me parece que venha nas alterações agora propostas.” 

Medidas que em conjunto com a descoberta de Triquinelose no javali, uma doença parasitária identificada recentemente em animais caçados em algumas  zonas de caça transmontanas, se espera que, no futuro, não venham a afetar a caça maior.

“Espero que não, já tenho dito várias vezes que sou um otimista. Espero que não mas é uma ameaça forte e então com a questão da bactéria, vamos cumprir o que diz o edital mas esperamos que isto tenha um fim, que não caia sobre a caça maior em Trás-os-Montes uma situação que acabe com ela. Para mim é impensável que isso possa acontecer.” 

Ainda no âmbito do exercício da caça, prescinde-se, em alguns processos de caça, da obrigação das armas de fogo serem acondicionadas em estojo ou bolsa, nas deslocações dos caçadores dentro de uma zona de caça.

 

Escrito por ONDA LIVRE

Relacionados