A Resíduos do Nordeste vai investir cerca de dois milhões de euros na construção de um centro de triagem, onde serão tratados todos os resíduos recolhidos seletivamente no distrito de Bragança e ainda no concelho de Vila Nova de Foz Coa, a área de intervenção da empresa intermunicipal.
O auto de consignação da obra foi assinado, esta terça-feira, e a Resíduos do Nordeste anunciou ainda mais dois milhões de investimento para a aquisição de 280 ecopontos, novas viaturas movidas a gás natural e a eletricidade, e direcionar projetos para a recolha seletiva porta-a-porta dos estabelecimentos comerciais.
Se no último quadro comunitário, a empresa intermunicipal teve como prioridade a redução da matéria orgânica depositada em aterro, investindo cerca de 20 milhões de euros numa unidade de tratamento mecânico e biológico, agora a nova aposta passa pelo aumento da recolha seletiva.
Em 2017, nos 13 concelhos da sua área de abrangência, a recolha seletiva aumentou 6,5 por cento, face a 2016, uma tendência que também se verificou no primeiro semestre deste ano, com um aumento em todos os materiais, num total de 133 toneladas, o correspondente a mais 9 por cento face ao período
homólogo, em 2017.
Para fazer face a este aumento, o Diretor-Geral da Resíduos do Nordeste, revela que a forma como se efetua a triagem está a atingir o limite de capacidade e as embalagens têm sido separadas no parque multimateriais, um equipamento de triagem improvisado, localizado no parque ambiental, em Urjais, no concelho de Mirandela.
Perante este cenário, Paulo Praça entende que já era necessário este investimento de cerca de um milhão e 900 mil euros no centro de triagem que vai dispor de duas linhas de tratamento separadas: uma para triagem de vidro e outra para a triagem das embalagens, papel e cartão:
“Estamos num ciclo de aposta clara na recolha seletiva, e, como tal, tínhamos de ter um centro de triagem moderno, automatizado e que dê resposta às quantidades que estamos a receber e que têm vindo a aumentar nestes últimos dois anos, tendência esta que é para continuar.
Como tal, este centro torna-se necessário porque vai ser capaz de processar as embalagens e de engarrafar de acordo com as especificações técnicas, porque só compactar os resíduos não basta, esses fardos têm de ser feitos de acordo com especificações que estão definidas sob pena de nos rejeitarem esses fardos e de perdermos o valor económico associado a esse material.”
A Resíduos do Nordeste anunciou ainda mais dois milhões de investimento para a aquisição de 280 ecopontos, novas viaturas movidas a gás natural e a eletricidade, um projeto para a recolha seletiva porta-a-porta dos estabelecimentos comerciais e um reforço na educação e sensibilização da
população:
Temos 4 milhões de candidaturas aprovadas e já em execução. Esta era a componente de maior expressão financeira.
Depois temos também financiamento para a área de viaturas, já temos uma que se move a gás natural e que utilizamos para a recolha seletiva de ecopontos, temos também uma viatura elétrica de apoio à gestão, vamos ter mais um camião a gás natural e mais quatro viaturas, duas elétricas e duas híbridas.
Vamos aumentar mais 288 ecopontos e fazer recolha seletiva porta-a-porta junto de entidades.
Paralelamente, e não menos importante, é também o reforço da educação e da sensibilização ambiental. É necessário que estes cidadãos participem colocando as suas embalagens nos ecopontos.
O presidente da administração da Resíduos do Nordeste, Hernâni Dias, reforça a ideia da importância de uma maior consciencialização dos munícipes para enveredarem pela reciclagem do lixo, pois só dessa forma, será possível equacionar uma redução da fatura aos consumidores, adianta o autarca de
Bragança:
“Sabemos que o contributo dos cidadãos é fundamental para que amanhã consigamos ter essa redução, e o ideal seria que todos nós, enquanto cidadãos, tivéssemos a preocupação de colocar os resíduos onde eles devem ser colocados.
Isso facilitaria a vida à empresa, a quem a dirige e seria um contributo para a preservação, tornando os nossos territórios ainda mais amigos do ambiente do que já são.”
Resta dizer que a nova central de triagem vai criar cerca de uma dezena de postos de trabalho e que terá ainda uma central fotovoltaica que vai assegurar a produção de cerca de 70% da energia que vai ser consumida por aquela infra-estrutura.
Foi ontem assinado o auto de consignação para a ampliação e fornecimento de equipamento para adaptação do parque multimateriais a centro de triagem. Um investimento de cerca de um milhão e 900 mil euros, da Resíduos do Nordeste, valor financiado pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), em cerca de 85 por cento. A obra deve estar concluída em dezembro do próximo ano.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Terra Quente)