A estação dos CTT de Vila Flor encerrou portas na passada sexta-feira.
Esta intenção já tinha sido conhecida em setembro deste ano mas foi suspensa por uma providência cautelar interposta pela CIM Terras de Trás-os-Montes contra os CTT-Correios e a ANACOM, entidade reguladora, que impedia o encerramento ou transformação das estações do território em postos de atendimento contratualizadas a terceiros, até que o tribunal se pronunciasse, o que acabou por acontecer recentemente, anunciando o cessar do serviço naquela vila.
Fernando Barros, presidente da câmara de Vila Flor, não aceita o encerramento e garante que vai recorrer da decisão:
“O que se passou é fruto de todas as circunstâncias que levaram à privatização dos CTT.
Nós contestamos a intenção de encerrar, o juiz acabou por decidiu que sim e nós vamos recorrer porque entendemos que a população não concorda com esta atitute, que, no fundo, representa mais uma pedrada no interior. A distribuição postal está pôr a parte financeira em primeiro lugar, o que para nós é muito mau.
Eu não posso aceitar uma coisa destas e nem mesmo que se assista a isto pacificamente, sem contestações. A câmara municipal é uma entidade de bem e só pode contestar num sítio, que é no tribunal.”
Alguns dos serviços estão a ser assegurados por um posto de atendimento contratualizado a terceiros instalado naquela vila.
No entanto, o presidente não entende que esse posto satisfaça as necessidades da população:
“Não referindo termos de substância nem jurídicos, e falando apenas como cidadão e conhecedor da opinião da população, este balcão não satisfaz as necessidades.
A centralidade não está garantida e a privacidade é posta em causa.
A loja dos CTT em Vila Flor situava-se no centro da vila, bem localizada, equilibrada, e, como tal, não posso concordar que ela saia daqui.
Eu acho que, da parte dos CTT, não houve o esforço necessário para se encontrarem soluções e houve uma grande precipitação da parte deles, que é notória porque a loja que temos hoje fica no extremo da vila.”
Fernando Barros adianta ainda que a autarquia está disposta a chegar a um entendimento com os CTT de forma a encontrar uma alternativa para assegurar o serviço naquele concelho:
“Podermos-nos concertar no sentido de encontrar uma terceira via. Isso nunca me foi proposto e, por isso, estou agora a lançar publicamente essa alternativa.
Se os CTT entenderem que se pode arranjar aqui uma solução, a câmara estará sempre de portas abertas para o fazer. Aqui não se trata de uma questão política mas sim de substância e de interesse do concelho.
Os CTT são um serviço universal e essencial para o interior. Como tal, estamos dispostos a fazer um esforço, junto dos CTT, para encontrarmos uma solução que minimize o impacto negativo que o encerramento pode vir a ter em Vila Flor.
Se, em breve, os CTT não manifestarem qualquer intenção, vamos mesmo recorrer até porque temos um prazo para isso.”
A Onda Livre sabe que a CIM Terras de Trás-os-Montes vai apresentar uma providência cautelar, sobre a qual o presidente, Artur Nunes, não quis, para já, adiantar mais informações.
Escrito por ONDA LIVRE