Presidente do IPB diz que voltar a limitar vagas nas instituições do litoral é fundamental para manter equilíbrio

Presidente do IPB diz que voltar a limitar vagas nas instituições do litoral é fundamental para manter equilíbrio

O presidente o Instituto Politécnico de Bragança considera que é fundamental que as instituições de ensino superior dos grandes centros urbanos do litoral voltem a ter limitação do número de vagas no próximo ano. Para Orlando Rodrigues é importante que se mantenha a medida que o ano passado entrou em vigor, a diminuição das vagas no litoral, para evitar que se agrave ainda mais os efeitos da perda demográfica nas instituições do interior:

“Esta política continua a prever a possibilidade de diminuição de vagas, em algumas instituições de ensino superior de Lisboa e Porto, embora permita o aumento de vagas em alguns que têm uma procura excepcionalmente elevada, que tem aluno com muito boas médias, e prevê que possa haver aumento de vagas em alguns cursos nas instituições do interior. O que verdadeiramente importa é que haja limitação de vagas nas instituições de Lisboa e Porto, porque se assim não for, entramos numa situação de desequilíbrio grande do sistema nacional de ensino superior.”

A portaria que define as regras do concurso nacional de acesso ao ensino superior está ainda em discussão. Mas Orlando Rodrigues insiste que são indispensáveis medidas que promovam a coesão territorial e ajudem a fazer face à diminuição global do número de alunos a concorrer:

“Está em discussão a portaria que sai anualmente e que define as regras do concurso nacional de acesso ao ensino superior. Essa portaria tem tido uma importância significativa, sobretudo no último ano, porque introduziu uma política de coesão nacional. Nós estamos numa situação em que há regressão demográfica, o ano passado tivemos cerca de três mil alunos a ser colocados no ensino superior. Este ano continua a haver perda demográfica, que obriga a que haja diminuição de vagas, globalmente, no sistema ou, pelo menos, nos grandes centros de Porto e Lisboa. Como estamos em situação de perda demográfica, os estudantes que eles atraem vão agravar mais ainda a situação da perda demográfica no interior.”

O presidente do politécnico salienta que a instituição tem evitado perder alunos através da atracção de alunos internacionais, que esperam aumentar no próximo ano:

“Temos crescido. O ano passado crescemos significativamente, mas à custa da atracção de novos públicos, adultos e internacionais. No concurso nacional de acesso, na primeira fase, no ano passado, conseguimos aumentar ligeiramente. Nas três houve uma ligeira diminuição e, portanto, conseguimos controlar a perda demográfica, mas é claramente necessário que exista uma política de coesão nacional de forma a reverter esta concentração de alunos no Porto e em Lisboa. Estamos a fazer uma política muito intensa de atracção de alunos internacionais, de várias partes do mundo, por isso contamos ter aumento desses alunos no próximo ano”.

Apesar de admitir que o politécnico e a própria cidade não têm condições para aumentar muito mais o número de alunos, particularmente estrangeiros, Orlando Rodrigues sustenta que tem sido uma forma de colmatar a diminuição da procura através do concurso nacional de acesso ao ensino superior.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

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