Aeródromo de Vila Real encerrado por questões de segurança

O abatimento de uma parte da pista do aeródromo de Vila Real vai obrigar ao encerramento da pista por tempo indeterminado.

A informação foi disponibilizada inicialmente pela empresa Sevenair, detentora da companhia Aerovip, que assegura as ligações aéreas entre Vila Real e Portimão, mas entretanto foi reforçada em conferencia de imprensa pela autarquia de Vila Real, detentora do aeródromo.

O presidente da câmara Rui santos, explicou o que aconteceu:

A Câmara Municipal de Vila Real, entidade detentora do aeródromo municipal de Vila Real, informa que por razões ponderosas de segurança, que afetam a pista do aeródromo, irá a partir de hoje e por tempo indeterminado, encerrar  a pista do aeródromo a aeronaves de asa fixa, os aviões. Esta decisão será, ou terá necessariamente implicações nas normais operações aéreas com aeronaves de fixa, particularmente nos voos comerciais, nomeadamente os desenvolvidos pela empresa aerovip nas ligações aéreas entre Bragança- Vila Real – Viseu – Cascais e Portimão, mas também nas operações de combate a incêndios florestais com  aeronaves de asa fixa que tinha como base esta infraestrutura. Este encerramento não é extensível às aeronaves de asa rotativa, os chamados helicópteros, situação que não compromete o ataque inicial em incêndios florestais com helicóptero estacionado no aeródromo de Vila Real, bem como de outros helicópteros que necessitem de utilizar a infraestrutura para outras tipologias de operação, nomeadamente emergências médicas, reforço no combate a incêndios florestais, voos comerciais, etc.

A situação deve-se ao abatimento transversal de um setor central da pista, detetada em junho de 2018 e entretanto reparada, reparação que se revelou insuficiente face a novos abatimentos registados em  junho de 2019 e que não são já possíveis de solucionar numa intervenção ligeira como aquela que foi desenvolvida em 2018. A avaliação e ensaios técnicos efetuados, por firmas independentes entretanto realizados, comprovam uma fragilidade estrutural do solo, nessa área da pista, com possibilidade de abate por falta de estrutura de solo que sustente o piso da pista devido à travessia transversal de uma linha de água em profundidade que ao longo dos anos tem erudido o solo nessa área e está a comprometer a sua segurança. Razão primeira e suficiente para procedermos ao encerramento preventivo.”

 

O autarca não acredita que o aeródromo abra ainda este ano até porque o montante das obras deverá chegar aos 350 mil euros o que irá implicar o lançamento de um concurso público:

Iremos fazer estudos complementares, mas tudo aponta para um investimentos muito avultado, isso implicará a abertura de um concurso público e antes da abertura desse concurso implicará encontrar dinheiro para fazer esta obra e seguir depois todos os procedimentos inerentes a um concurso público. Nós fizemos uma intervenção na tentativa de resolver o problema de imediato sem causar nenhum constrangimento, o problema é que para agir em concreto na pista teremos que fazer uma escavação profunda, superior com certeza a sete ou oito metros, fazer a canalização da água que atravessa a pista numa linha de água, drená-la, fazer os drenos respetivos, isso não pode ser feito de um momento para o outro, não pode ser feito sem encerrar a pista e não pode ser feito, sobretudo, sem meios financeiros, como disso avultados, para solucionar o problema. 

A pergunta que eu faço é a seguinte: Como é que é possível identificar o problema, lançar um concurso público, sendo valor superior a 350 000 euros, ir a tribunal de contas, adjudicar a obra e depois concretizá-la? Não me parece que seja um processo fácil e rápido. Não conheço processos destes, fáceis e rápidos.”

 

Quanto aos aviões médios, estacionados no aeródromo para combate a incêndios, o autarca acredita que serão relocalizados em outros aeródromos próximos para continuarem a sua função:

Eu tenho esperança que tal não aconteça, como disse os helicópteros podem operar, acresce que haverá aerodromos à volta, nomeadamente em Viseu e em  Bragança, que suportarão, se estou certo, o estacionamento de aviões de asa fixa e caso seja necessário agirão em conformidade se houver fogos florestais.

Então ainda não está definido para onde serão deslocados esses aviões?

Não, comunicamos isso ao Ministério da Administração, Interna hoje mesmo. Como disse ao relatório final tivemos acesso no dia de ontem  e face aos resultados desse relatório agimos imediatamente.”

 

O aeródromo de Vila Real fica assim encerrado por tempo indeterminado, inviabilizando assim a paragem da linha aérea que liga Bragança- Vila Real- Viseu- Cascais e Portimão.

 

INFORMAÇÃO CIR (Universidade FM)