Mais de cinquenta jovens lusodescendentes estão na região para conhecer as potencialidades do país

Mais de cinquenta jovens lusodescendentes estão na região para conhecer as potencialidades do país

O Encontro Europeu de Jovens Lusodescendentes, que está a decorrer em Bragança, até quarta-feira, trouxe à região mais de 50 jovens, sobretudo pessoas cujas raízes familiares são portuguesas. O objectivo é mostrar as potencialidades do país às novas gerações de lusodescendentes que podem ter interesse em aqui fazer vida. Luciana Gouveia, delegada geral da associação parisiense Cap Magellan, que organiza o evento, explica que a questão do emprego é aqui a mais importante e que se pretende criar uma rede de jovens europeus lusos para trabalhar.

 “A Cap Magellan tem já um departamento de estágios e emprego, que trabalha, quase desde a sua fundação, há mais de 20 anos, a temática do emprego. Temos um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional em Portugal. Um dos focos do encontro é reunir jovens mas reunir também aquilo que chamamos de animadores da juventude, pessoas que no seu dia-a-dia trabalham com a juventude em geral. Desde a crise de 2008 há muitos diplomados a emigrar, mas continua a haver muita emigração não qualificada.”

Alicia Siuanes, lusodescendente de 17 anos, com família em Vinhais, não tem Portugal como opção para trabalhar mas veio para aprender.

“Quero saber mais sobre gestão económica e quero aprender mais coisas. Prefiro Paris porque vivo lá todo o ano e aqui só estou um mês. Tenho lá os meus amigos e tudo o resto”.

Ilyes Magri, não é lusodescendente mas aprendeu a falar português em França, de onde é natural, e agora trabalha numa associação de reinserção profissional para jovens. Contactando com vários jovens com origens em Portugal, diz que há cada vez mais gente a querer regressar a este país.

“Quero fazer esta formação para aproveitar o que vou aprender para utilizar no meu dia-a-dia e no meu trabalho. Conheço muitos portugueses que moram na França mas que querem voltar para Portugal. Penso que é por uma questão de cultura, de orgulho e de patriotismo”.

Ana Medina, com origens no Peru, também não tem ligações com Portugal mas trabalha numa associação de estudantes peruanos em França e confirma que estes jovens admiram a cultura portuguesa e que gostavam de conhecer melhor o país.

“Portugal está muito perto de França e sendo peruanos gostam muito da cultura portuguesa. Gostavam de vir aqui mas como não conhecem muito o país, alguém tem que lhes abrir as portas.”

Artur Nunes, presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, sublinha que estes jovens podem ser porta-vozes das potencialidades da região.

“No fundo pretende-se dar a conhecer o nosso território, poder envolver um conjunto de jovens a nível europeu para verem as nossas potencialidades, ao nível empresarial e do empreendedorismo, e, claro, nesta atitude de que os lusodescendentes têm aqui um papel importante no seu regresso, investimento e valorização nos locais onde estão e nos de origem. Devemos dar a conhecer o melhor que temos para que sejam os porta-vozes do nosso território”.

O Dia Mundial da Juventude celebra-se hoje e o encontro conta com participantes de Portugal, França, Aústria, Alemanha e Letónia e há ainda lusófonos do Peru a residir em França.

INFORMAÇÃO E FOTO CIR (Rádio Brigantia)

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