Desde o início do Estado de Emergência em Portugal que as queixas relacionadas com burlas e fraudes têm aumentado.
Segundo o Portal da Queixa, uma rede social de consumidores, a grande maioria das reclamações estão ligadas a furtos por plataformas digitais. A aplicação MB WAY continua no topo de esquemas de falcatruas, como explica Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e embaixador da Comissão Europeia para os Direitos dos Consumidores:
“Sem dúvida que o recurso ao mbway é uma das burlas mais utilizadas. Aliciam os consumidores para irem à caixa multibanco fazer o seu registo no mbway e nesse momento acabam por dar o acesso total às contas bancárias ao alegado criminoso.
Também temos vindo a verificar novas formas de burla, e algumas delas pode dizer-se que são trabalhadas e acabam por ter mais sucesso nesta fase em que as pessoas estão confinadas à sua residência. São enviados sms fraudulentos, através de marcas como CTT, MEO, EDP ou worten, em que os consumidores têm de carregar num link. É aí que acabam por dar dados pessoais e bancários.”
O confinamento decretado veio deixar o consumidor mais dependente das plataformas digitais, o que pode levar a um aumento dos casos de burla:
“Temos a experiência do que aconteceu com a crise por volta de 2012/2013. Sentimos um aumento muito substancial deste tipo de formas de burla que, normalmente, tentam atingir a necessidade dos consumidores numa altura mais frágil, que é o caso.
A tendência das burlas será crescente nos próximos tempos, pela maior facilidade que têm de ser perpetuadas, através de canais digitais, conseguindo atingir mais rapidamente o público-alvo e de uma forma mais massificada.”
No primeiro trimestre de 2020, o Portal da Queixa registou 1377 reclamações relativas a este género de esquemas, o que representa um aumento de 34% face a 2019, onde foram registadas 1024 reclamações.
Escrito por ONDA LIVRE