Os bombeiros voluntários de Mirandela são o único corpo ativo do distrito de Bragança que não tem uma equipa de combate aos incêndios florestais, no âmbito do dispositivo especial de combate aos incêndios rurais, conforme o plano de operações de socorro distrital.
A denúncia é do próprio comandante dos bombeiros de Mirandela em regime de substituição que mostra o seu desagrado pela alegada ausência de resposta por parte da direção para a colocação de uma equipa na corporação que são compostas por um veículo de combate e cinco bombeiros, sendo responsáveis pelo ataque inicial nos incêndios florestais e estando em prontidão 24 horas durante a vigência do dispositivo especial de combate a incêndios rurais.
Em comunicado enviado à comunicação social, Luís Carlos Soares revela que esta situação acontece desde o dia três de junho, altura em que a equipa terá sido “suspensa pelo comando distrital de Bragança, por não estar de acordo com o regulamento em vigor para sua efetivação”, pode ler-se na nota onde o comando em funções dos bombeiros voluntários de Mirandela manifesta o seu desagrado “face a ausência de resposta da direção com vista a colocação ao serviço, durante o mês de junho de uma equipa de combate aos incêndios florestais”.
Luís Carlos Soares adianta que, após reunião com o corpo ativo a seis de junho terá sido manifestada a disponibilidade em assegurar a escala e que endereçou, no dia seguinte, “um pedido para que a direção da associação se manifesta-se sobre qual seria a sua posição para a reativação da equipa no estrito cumprimento das normas em vigor”.
O comandante em regime de substituição refere no comunicado que a direção “não deu resposta, ficando os bombeiros de Mirandela com menos recursos para ocorrer a um eventual incêndio florestal”, acrescenta.
Sendo assim, “será o único corpo de bombeiros do distrito de Bragança a não possuir estas equipas. A referida equipa foi alocada aos bombeiros da Torre Dona Chama desde o dia 13 de junho passando esta corporação a ter 2 equipas com 10 elementos em regime de 24 horas”, adianta o comunicado.
Luís Carlos Soares lamenta “profundamente” esta posição da direção da associação que, em seu entender, “coloca em causa a resposta dos bombeiros de Mirandela a estas situações e comprometendo o socorro à população”, sendo que, adianta o comandante, “tudo faremos para manter a capacidade operacional e garantir todas as missões de proteção e socorro”.
A finalizar o comunicado, Luís Carlos Soares lembra que tem existido uma diminuição crescente do número de equipas de combate aos incêndios florestais nos bombeiros de Mirandela. “Passou de quatro, em 2017, para duas em 2018 e uma em 2019, sendo que em 2020 não terá nenhuma, mas estando inicialmente prevista uma equipa no período compreendido entre um de junho a quinze de outubro”, conclui a nota.
Confrontado com o teor deste comunicado, o presidente da direção preferiu não prestar declarações gravadas sobre o assunto. Marcelo Lago diz apenas que a direção está a efetuar contactos para nos próximos dias apresentar um novo comandante a título definitvo e posteriormente clarificar as várias polémicas que têm surgido na praça pública, reiterando a ideia que a solução não passa pelo atual comandante em regime de substituição.
INFORMAÇÃO CIR (Terra Quente FM)