O Comité do Combate ao Granizo tem em curso um projeto-piloto para o Douro vinhateiro que visa pulverizar as pedras de gelo antes de chegarem ao solo, transformando-as em chuva.
Rui Soares, presidente da ProDouro, uma das entidades do comité, recorda que a região tem sido confrontada com sucessivos episódios de granizo todos os anos.
Depois de algumas visitas a França, onde o combate ao granizo está mais avançado, o comité do Douro passou à ação. Desenvolveu um projeto-piloto para três anos e que terá epicentro no planalto de Favaios, concelho de Alijó, onde será instalado um radar meteorológico:
“Isto assenta num radar meteorológico que está localizado no centro da zona a proteger, tem uma área de abrangência muito grande e, portanto, todas as nuvens de granizo que entram dentro deste raio passar a ser monitorizadas.
O radar faz o seguimento e o acompanhamento das nuvens, vê para onde vão, se se estão a aproximar da nossa zona de interesse ou se estão a afastar.”
Se as nuvens de granizo forem uma ameaça é emitido um alerta para uma aplicação nos telemóveis dos interessados:
“Através do seu smartphone, o operador que está no terreno consegue perceber qual é o sentido de deslocação e se realmente se está a aproximar da zona de risco ou não. Caso esteja, quem está no terreno tem que ter os meios todos para que, em caso de a nuvem se aproximar, eu poder acionar.”
Acionar um mecanismo que dispara um foguete para a nuvem de granizo, que permite transformá-lo em chuva:
“Parece uma mala de viagem em ponto grande. Dentro tem o equipamento ligado com uma botija de hélio, um balão meteorológico com um dispositivo eletrónico que é depois carregado com um cartucho. do género daqueles foguetes que disparam do chão. Dentro dele está uma substância, que são uns sais higroscópicos de cálcio. Ao atingir os 600 metros de altitude o foguete rebenta, espalhando-os no meio das nuvens de granizo que vão fracionar as pedras em chuva.”
Resta agora esperar financiamento para pôr em marcha o projeto-piloto do Comité de Combate ao Granizo no Douro e que tem um orçamento de 600 mil euros.
O comité é formado pela ProDouro – Associação de Viticultores Profissionais do Douro que representa mais de 1100 produtores com 5000 hectares de vinha, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense e as adegas cooperativas de Favaios e Sabrosa.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)