Fernando Mendes esgota lugares do Centro Cultural de Macedo em noite de humor

“Insónia”, subiu este sábado ao palco do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.

Com Fernando Mendes, a solo, a encarnar Custódio Reis, um vendedor de vinhos e licorosos que se vê a braços com a solidão, depois de ter sido deixado pela esposa e que tenta arranjar estratégias para conseguir dinheiro para pagar as contas.

Numa noite em que os problemas lhe assolam a mente, não consegue dormir, e sente até saudades de Sónia, a sua mulher. Quem conta mais é o próprio, Fernando Mendes:

“É um homem que vive sozinho, a mulher deixou-o e não tem sono. Diz que não gosta da mulher mas há bocadinhos nesta noite em que ele tem saudades. Depois logo se vê se ela volta para casa ou não. Este homem tem de fazer tudo aquilo que não sabe, ou seja, engomar, cozinhar e acaba por se alimentar de enlatados. Acho que é como qualquer homem que, hoje em dia, se separe. 

O personagem é este e a insónia é porque não consegue dormir a pensar nisto tudo. Vê muita televisão e é o retrato de um homem que se separa com características que acontecem muito, hoje em dia. Vende vinhos também, e cheira um bocadinho a álcool, é natural.”

 

Este foi o segundo espetáculo que fez Fernando Mendes subir aos palcos depois da pandemia, e o ator confessa que não tem sido um período fácil:

“Tive parado entre seis a oito meses. Isto não é fácil mas temos de andar para a frente. Logicamente que quando vínhamos aos espetáculos tínhamos sempre as casas cheias mas hoje em dia têm cadeiras de intervalo e não é fácil fazer humor assim. Temos de nos habituar e penso que tenho uma vantagem nesse aspeto que é estar sozinho em palco. Não tenho contacto com outros colegas e, por esse lado, não é mau de todo. Hoje em dia é mais difícil contracenar com muita gente em cima do palco. Estou distanciado das pessoas e por isso é um espetáculo seguro.” 

 

Ao longo desta noite de insónia, Custódio vai assistindo a vários programas de televisão, que são, na realidade, protagonizados por Fernando Mendes e colegas de profissão.

Uma peça que esgotou a sala do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros e que, a brincar, relata episódios e acontecimentos cada vez mais recorrentes do dia a dia.

 

Escrito por ONDA LIVRE  

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