Atualizada a 09/12 às 15:33
Um grupo de pais de alunos do Agrupamento de Escolas de Mirandela está preocupado com o tipo de acompanhamento letivo que os jovens que precisam de ficar em isolamento devido à Covid-19, estão a receber.
Carla Barros, representa estes encarregados de educação, e explica os constrangimentos que os fracos planos de aula estão a causar aos educandos:
“Em primeiro lugar, mandaram os miúdos para casa sem uma palavra para com os pais. As indicações que existem das entidades governamentais é que haja o máximo possível de aulas em contacto com o professor e o plano de aula não tinha isso. Havia uma ou outra aula que foi dada assim, mas nas restantes houve apenas fichas de trabalho. Os miúdos assim não conseguem estudar e a escola deixa de fazer sentido.
Penso que isso não foi assegurado pelo Agrupamento. O isolamento acabou, as crianças regressaram à escola, vão ter fichas de avaliação e não estão no mesmo pé de igualdade dos que ficaram na sala.”
Mãe de uma aluna de 9º ano que esteve em isolamento, Carla Barros teme pelo futuro dos alunos que não podem assistir às aulas:
“Um Agrupamento que há pouco tempo teve grandes obras, não se admite que as salas de aula não tenham computadores, acesso à internet, que permita que, tal como outras escolas da região estão fazer, se possa transmitir a aula ao vivo para quem está em casa.
Tememos pela equidade dos alunos.”
Este grupo de pais redigiu uma carta, entretanto enviada a vários órgãos da cidade de Mirandela, onde expõe os problemas com que se têm deparado. No entanto, ainda não obtiveram qualquer resposta:
“Nós enviámos a carta ao Agrupamento de Escolas, na pessoa do Diretor, também ao Município, dirigida à Presidente e ao Vereador da Educação. Entretanto, apenas recebemos um e-mail da Câmara a dizer que a carta seria encaminhada para o setor responsável.
Até agora, nada nos foi dito nem ninguém respondeu.
Em Mirandela há um Associação de Pais mas não vemos uma ação proativa.”
Contactado, o diretor do Agrupamento de Escolas de Mirandela, Vítor Esteves, não quis prestar declarações, afirmando que o assunto “ainda não foi analisado.”
Entretanto, Sofia Cardoso, Presidente da Direção da Associação de Pais e Encarregados de Educação daquele agrupamento de escolas, refere que “a associação tem sido proativa e defensora das preocupações dos pais dos alunos, sendo que sempre que os pais entram em contacto com problemas e preocupações são reportados ao Município e Agrupamento para que as diligências sejam tomadas e informadas aos pais.” Ainda sem prestar declarações gravadas, acrescenta que “a associação realizou uma assembleia geral com entidades da saúde e da cidade no âmbito da pandemia e de todas as preocupações que esta acarreta, e a senhora que dá voz a esse grupo de pais não colocou qualquer questão.”
Escrito por ONDA LIVRE