A vacina contra a Covid-19 ainda não chegou à Associação Sócio-Cultural dos Deficientes de Trás-os-Montes, em Bragança, apesar de os 40 utentes e 50 funcionários do lar residencial da ASCUDT estarem incluídos no grupo de pessoas a vacinar na primeira fase.
Segundo avançou a directora de serviços da associação, a pedido da ULS do Nordeste, a listagem de pessoas a vacinar foi enviada no final do mês de Dezembro. Contudo, a meio de Janeiro, uma das colaboradoras testou positivo para o novo coronavírus, o que fez com que a vacinação ficasse atrasada.
Ainda assim, Manuela Miranda não compreende o porquê de já ter passado tanto tempo e o assunto ainda não estar resolvido:
“Dia 30 de Dezembro enviámos a listagem de todos os funcionários e utentes do lar residencial e, até agora, ainda não fomos vacinados. Tivemos, dia 17 de Janeiro, uma técnica, que não estava na instituição, que testou positivo. Automaticamente ficou em isolamento e, no dia seguinte, toda a instituição foi testada. Foram 88 testes e todos deram negativo. O resultados foram conhecidos no dia 19 de Janeiro e, desde aí, todas as semanas contacto a responsável pela vacinação da ULS do Nordeste e, segundo ela, não há vacinas. A instituição teve uma técnica que testou positivo. Um caso isolado não é um surto.”
Na semana passada, o presidente da administração da ULS do Nordeste, Carlos Vaz, confirmou que todos os membros do conselho de administração tinham sido vacinados, incluindo o próprio. Os administradores hospitalares não constam no primeiro grupo de prioritários, situação que deixa Manuela Miranda revoltada, já que as vacinas poderiam ter sido entregues à instituição:
“40 administrativos do hospital foram vacinados. Essas 40 vacinas deviam ter sido dadas à instituição. Eram precisamente 40 utentes. As pessoas mais vulneráveis tinham mais necessidade, já que têm diversas patologias associadas à própria deficiência, nomeadamente diabetes, hipertensão, problemas respiratórios, apneia.”
Manuela Miranda ainda não sabe quando a vacina poderá chegar à instituição e lamenta que se tenha confundido um caso isolado com um surto, levando a esta situação de espera:
“A ULS do Nordeste não nos disse nada, a não ser que não tinham vacinas. Segundo a coordenadora da vacinação, a instituição tinha tido um surto, o que é mentira. Contudo, o que caso que houve foi detectado dia 17 de Janeiro.”
Em comunicado, a ULS do Nordeste disse que já foram vacinados os utentes e os colaboradores de todas as IPSS do distrito, enquadradas na primeira fase do Plano Nacional de Vacinação, de acordo com as listagens enviadas e validadas pelas próprias instituições, à excepção das entidades com surtos activos na data prevista da administração da vacina, seguindo assim as orientações da Direcção Geral da Saúde. A ULS acrescentou que é este o caso da ASCUDT e que, quando assim acontece, a vacina é recebida logo que o surto é declarado como extinto e quando as vacinas necessárias estejam disponíveis.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)